.......“Foi durante este período tão marcado por indefinições em matéria de política comercial
que o Conde de Alvor, no tempo vice-rei da Índia, veio a conceder em 1686, à Companhia de
Manzanes de Diu, o exclusivo do intercâmbio mercantil entre aquela colónia e a Ilha de
Moçambique. A partir desta data iniciou-se a fixação de numerosos hindus e mahometanos de
Diu e Damão, os célebres ‘baneanes e mouros’, perfeitamente distintos dos ‘canarins’ de Goa,
por norma católicos, conhecedores da língua portuguesa, mais interessados em enfiteuses e
cargos públicos. Por razões que não interessa aqui aprofundar, vieram os ‘baneanes’ a
estabelecer-se, de preferência, no litoral norte, nomeadamente na própria capital, a Ilha de
Moçambique. Por seu lado, os ‘mouros’ preferiram para sua fixação o litoral sul, sobretudo
Sofala, Chiluane, Mambone e Inhambane. Sabe-se que só em 1695 chegaram a esta última
povoação cerca de quarenta.” (Rita-Ferreira, 1982, 102)(pag183)
...........
“É esta colónia indo-afro-islámica que Castro Soares em 1729 designou pelo sustantivo
gentílicio de ‘lascarins’, com terminação semelahnte à de ‘canarins’, isto é, os Goeses. Infere-se
do bando emanado pelo Gov. J. P. Silva Barba em 1763 que o termo “Lascares” designava uma
categoria social e religiosa, tal como ‘Mouros’ e ‘Gentíos’”. (Rita-Ferreira, 1982, 214)pag184
.........“Essa comunidade relativamente próspera e esclarecida (em 1758, mantinha, pelo menos,
cinco escolas corânicas) de pequenos empresários, proprietários rurais e intermediarios
94Per exemple, mitjançant la carta régia d’Abril de 1720. Només dsprés de les reformes
liberalitzadores del Marqués de Pombal, ja en la segona meitat del segle XVIII, els vaixells de Damão
i Diu van tornar a tenir facilitats per anar a la costa africana.
95 A la que ja ens hem referit en el capítol 3 de la part I.
Albert Farré i Ventura Tesi Doctoral
187
comerciais, largamente miscigenada com mulheres negras, mantinha relações amigáveis e até
mesmo familiares com a maioria dos chefes bitongas.” (Rita-Ferreira, 1982, 111)pag186
http://www.tesisenxarxa.net/TESIS_UB/AVAILABLE/TDX-0711105-085606//Tesi_Albert_Farre.pdf
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miércoles, 24 de diciembre de 2008
lunes, 22 de diciembre de 2008
CASTAS DE LA INDIA-Sipaias,Baneanes,Naires y otros
Glossário luso-asiático Escrito por Sebastião Rodolfo Dalgado, Joseph M. Piel
http://books.google.com/books?id=zOufgbY8TbsC&pg=RA3-PA429&lpg=RA3-PA429&dq=malaiala+nayarar&source=bl&ots=ZOAeXsBpwX&sig=O7uZPFbSL85koiddsAjx1rOvCiA&hl=es&sa=X&oi=book_result&resnum=2&ct=result#PRA1-PA9,M1
http://books.google.com/books?id=zOufgbY8TbsC&pg=RA3-PA429&lpg=RA3-PA429&dq=malaiala+nayarar&source=bl&ots=ZOAeXsBpwX&sig=O7uZPFbSL85koiddsAjx1rOvCiA&hl=es&sa=X&oi=book_result&resnum=2&ct=result#PRA1-PA9,M1

OTRA CITA:3] 1730, Novembro 6, Goa
Carta patente de D. João V, rei de Portugal, pela qual proveu e encarregou o naique Nilba do posto de capitão dos cinquenta lascarins encarregues da defesa da província de Salsete, pelo tempo que o vice-rei viesse a entender. Receberia seis xerafins mensais de soldo,
gozando das mesmas honras e franquezas que os seus antecessores.
A carta foi passada atendendo ao despacho do vice-rei João de Saldanha da Gama, de 19 de Novembro de 1730
8(fl. 3).
Antropónimos: Gonçalo de Albuquerque, [escrivão]; D. João V, rei de Portugal; João de Saldanha da Gama, vice-rei, governador e capitão-geral do Estado da Índia, membro do Conselho de Estado; José de Sousa de Vasconcelos, feitor de Goa; Nilba, naique, capitão de
cinquenta lascarins.Topónimos: Goa*; Salsete, fortaleza, província. http://www.cham.fcsh.unl.pt/juntadafazenda/Files/livro_15.pdf.
Carta patente de D. João V, rei de Portugal, pela qual proveu e encarregou o naique Nilba do posto de capitão dos cinquenta lascarins encarregues da defesa da província de Salsete, pelo tempo que o vice-rei viesse a entender. Receberia seis xerafins mensais de soldo,
gozando das mesmas honras e franquezas que os seus antecessores.
A carta foi passada atendendo ao despacho do vice-rei João de Saldanha da Gama, de 19 de Novembro de 1730
8(fl. 3).
Antropónimos: Gonçalo de Albuquerque, [escrivão]; D. João V, rei de Portugal; João de Saldanha da Gama, vice-rei, governador e capitão-geral do Estado da Índia, membro do Conselho de Estado; José de Sousa de Vasconcelos, feitor de Goa; Nilba, naique, capitão de
cinquenta lascarins.Topónimos: Goa*; Salsete, fortaleza, província. http://www.cham.fcsh.unl.pt/juntadafazenda/Files/livro_15.pdf.
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Lascarins,
Sipais***
sábado, 20 de diciembre de 2008
O papel das tropas locais e dos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente (séc. XVI)

LIBRO:Glossário luso-asiático Escrito por Sebastião Rodolfo Dalgado, Joseph M. Piel
http://books.google.com/books?id=c8_98MK7C28C&pg=PA161&lpg=PA161&dq=panicais&source=bl&ots=hfDzRMcNJ2&sig=hWLSVEjyj5WDld1tNtkDc1XgA3c&hl=es&sa=X&oi=book_result&resnum=3&ct=result#PPA161,M1
VER CITA: http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/01/naique-e-panicai.html
ARTICULO:O papel das tropas locais e dos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente (séc. XVI)
Por : Vitor Luís Gaspar Rodrig
O papel das tropas locais e dos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente (séc. XVI) Por : Vitor Luís Gaspar RodrigTratando-se de um assunto ainda hoje mal conhecido do grande público – o da acção desenvolvida pelas tropas locais e pelos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente – poderá, de alguma forma, contribuir para um melhor conhecimento das interacções étnicas e culturais no mundo luso-asiático.A utilização de tropas locais pelos portugueses remonta aos primórdios do seu estabelecimento no sub-continente indiano. Com efeito, o apoio prestado pelos naires do rei de Cochim às forças de Duarte Pacheco Pereira, em 1504, se por um lado resultou da conjugação de esforços de dois poderes soberanos que almejavam alcançar um objectivo comum - a destruição do poderio económico e político-militar do Samorim de Calicute -, por outro marcou o momento a partir do qual pela primeira vez essas tropas foram enquadradas sob a chefia unificada de um capitão português.A importância das tropas locais é atestada, ainda, pelos grandes contingentes que anualmente embarcavam nas armadas portuguesas destinadas a vigiar e controlar as rotas comerciais do Índico ou organizadas com a finalidade de proceder à conquista de novas praças, estando presentes em elevado número nas principais refregas militares da governação de Afonso de Albuquerque - conquista de Goa, Malaca, Ormuz e no ataque a Adém.Às tropas gentias coube, desde o início, a defesa de Goa, tendo os seus passos sido providos com “peões da terra”, capitaneados por portugueses[2]. Com o correr dos anos, o aumento do número de passos fortificados e a conquista das terras firmes de Salsete e Bardez foram provocando um crescimento do número de efectivos e bem assim dos seus capitães, ao mesmo tempo que as estruturas defensivas se complexificaram, surgindo corpos de espingardeiros da terra e peões para vigiar e correr o campo[3].
Noutros locais, como em Baçaim e Damão, a sua acção foi igualmente decisiva na defesa das suas fortalezas e tranqueiras, tendo sido criados corpos especiais de “frecheiros”, lanceiros e adargueiros que, com o apoio de peões da terra e de Goa[4] comandados pelos seus naiques[5], (VER NOTA)
Por outro lado, a presença destes contingentes no seio da estrutura militar portuguesa acarretou-lhe, também, alguns problemas sérios de segurança, sobretudo quando o Estado da Índia se defrontava com os seus crónicos períodos de falta de liquidez financeira e, por isso, se atrasavam os pagamentos dos soldos e mantimento às tropas. Nesses casos chegavam mesmo a eclodir rebeliões, como a célebre rebelião dos lascarins[9]
Diferentes concepções técnico-tácticas relativamente à "arte da guerra" e todo um conjunto de preconceitos relativamente às aptidões militares dessas tropas - a quem apelidavam de “negrinhos nús” -, agravados pela necessidade de partilhar uma função que entendiam exclusiva, estiveram na base dessa animosidade.Elemento igualmente decisivo para a afirmação do “Estado da Índia” eram os escravos, utilizados aí nas mais diversas tarefas: nas obras de construção de fortalezas e tranqueiras; como remeiros das galés; no trabalho das ribeiras e nas tripulações dos navios ou, simplesmente, nas tarefas domésticas. Para além disso, e a exemplo do que era usual no Oriente, integraram também, desde muito cedo, as estruturas militares portuguesas combatendo ao lado dos demais homens de armas e apoiando os seus senhores durante as refregas[10].
NOTA[5]Naique era o termo utilizado pelos portugueses para designar o capitão ou chefe dos soldados nativos de infantaria, podendo aparecer por vezes com o sentido de cabo ou capitão em geral. Não confundir com naire, designativo de um indivíduo pertencente a uma casta nobre e militar do Malabar, nome oriundo do malayala nãyar, derivado do sânscrito nãyaka, "chefe, director, guia, condutor". Cf. Sebastião Rudolfo Dalgado, Glossário Luso-Asiático, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1919-21. Integrados também, por vezes, na estrutura militar portuguesa do Oriente encontramos os panicais (que pertenciam à casta naire), mestres de esgrima e ginástica militar e de instrução primária, que eram originários do Malabar.
NOTA 9]Soldado indígena da Índia. Do persa lashkari, derivado de lashkar, "exército". Os cronistas portugueses fazem a distinção entre lascarim e lascar, entendendo pelo primeiro "soldado da terra", e pelo segundo "o soldado do mar ou marinheiro". O motivo é que os naturais empregavam a palavra lashkar com o nome colectivo para designar "a tripulação inteira". Cf. Sebastião Rodolfo Dalgado, Glossário Luso-Asiático, já cit..
http://www2.iict.pt/index.php?idc=102&idi=12798
otras citas:http://purl.pt/12121/3/var-2326/var-2326_item2/var-2326_PDF/var-2326_PDF_01-B-R0300/var-2326_0002_16-30_t01-B-R0300.pdf

VER CITA: http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/01/naique-e-panicai.html
ARTICULO:O papel das tropas locais e dos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente (séc. XVI)
Por : Vitor Luís Gaspar Rodrig
O papel das tropas locais e dos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente (séc. XVI) Por : Vitor Luís Gaspar RodrigTratando-se de um assunto ainda hoje mal conhecido do grande público – o da acção desenvolvida pelas tropas locais e pelos “casados” no seio da organização militar portuguesa no Oriente – poderá, de alguma forma, contribuir para um melhor conhecimento das interacções étnicas e culturais no mundo luso-asiático.A utilização de tropas locais pelos portugueses remonta aos primórdios do seu estabelecimento no sub-continente indiano. Com efeito, o apoio prestado pelos naires do rei de Cochim às forças de Duarte Pacheco Pereira, em 1504, se por um lado resultou da conjugação de esforços de dois poderes soberanos que almejavam alcançar um objectivo comum - a destruição do poderio económico e político-militar do Samorim de Calicute -, por outro marcou o momento a partir do qual pela primeira vez essas tropas foram enquadradas sob a chefia unificada de um capitão português.A importância das tropas locais é atestada, ainda, pelos grandes contingentes que anualmente embarcavam nas armadas portuguesas destinadas a vigiar e controlar as rotas comerciais do Índico ou organizadas com a finalidade de proceder à conquista de novas praças, estando presentes em elevado número nas principais refregas militares da governação de Afonso de Albuquerque - conquista de Goa, Malaca, Ormuz e no ataque a Adém.Às tropas gentias coube, desde o início, a defesa de Goa, tendo os seus passos sido providos com “peões da terra”, capitaneados por portugueses[2]. Com o correr dos anos, o aumento do número de passos fortificados e a conquista das terras firmes de Salsete e Bardez foram provocando um crescimento do número de efectivos e bem assim dos seus capitães, ao mesmo tempo que as estruturas defensivas se complexificaram, surgindo corpos de espingardeiros da terra e peões para vigiar e correr o campo[3].
Noutros locais, como em Baçaim e Damão, a sua acção foi igualmente decisiva na defesa das suas fortalezas e tranqueiras, tendo sido criados corpos especiais de “frecheiros”, lanceiros e adargueiros que, com o apoio de peões da terra e de Goa[4] comandados pelos seus naiques[5], (VER NOTA)
Por outro lado, a presença destes contingentes no seio da estrutura militar portuguesa acarretou-lhe, também, alguns problemas sérios de segurança, sobretudo quando o Estado da Índia se defrontava com os seus crónicos períodos de falta de liquidez financeira e, por isso, se atrasavam os pagamentos dos soldos e mantimento às tropas. Nesses casos chegavam mesmo a eclodir rebeliões, como a célebre rebelião dos lascarins[9]
Diferentes concepções técnico-tácticas relativamente à "arte da guerra" e todo um conjunto de preconceitos relativamente às aptidões militares dessas tropas - a quem apelidavam de “negrinhos nús” -, agravados pela necessidade de partilhar uma função que entendiam exclusiva, estiveram na base dessa animosidade.Elemento igualmente decisivo para a afirmação do “Estado da Índia” eram os escravos, utilizados aí nas mais diversas tarefas: nas obras de construção de fortalezas e tranqueiras; como remeiros das galés; no trabalho das ribeiras e nas tripulações dos navios ou, simplesmente, nas tarefas domésticas. Para além disso, e a exemplo do que era usual no Oriente, integraram também, desde muito cedo, as estruturas militares portuguesas combatendo ao lado dos demais homens de armas e apoiando os seus senhores durante as refregas[10].
NOTA[5]Naique era o termo utilizado pelos portugueses para designar o capitão ou chefe dos soldados nativos de infantaria, podendo aparecer por vezes com o sentido de cabo ou capitão em geral. Não confundir com naire, designativo de um indivíduo pertencente a uma casta nobre e militar do Malabar, nome oriundo do malayala nãyar, derivado do sânscrito nãyaka, "chefe, director, guia, condutor". Cf. Sebastião Rudolfo Dalgado, Glossário Luso-Asiático, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1919-21. Integrados também, por vezes, na estrutura militar portuguesa do Oriente encontramos os panicais (que pertenciam à casta naire), mestres de esgrima e ginástica militar e de instrução primária, que eram originários do Malabar.
NOTA 9]Soldado indígena da Índia. Do persa lashkari, derivado de lashkar, "exército". Os cronistas portugueses fazem a distinção entre lascarim e lascar, entendendo pelo primeiro "soldado da terra", e pelo segundo "o soldado do mar ou marinheiro". O motivo é que os naturais empregavam a palavra lashkar com o nome colectivo para designar "a tripulação inteira". Cf. Sebastião Rodolfo Dalgado, Glossário Luso-Asiático, já cit..
http://www2.iict.pt/index.php?idc=102&idi=12798
otras citas:http://purl.pt/12121/3/var-2326/var-2326_item2/var-2326_PDF/var-2326_PDF_01-B-R0300/var-2326_0002_16-30_t01-B-R0300.pdf
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