dibujo:KOSMOS, Revista Artistica, Scientifica e Literaria, rua da Assembleia, n. 62, Rio de Janeiro. Ano III, 1906, n. 3, Março. Mensal, 2R$000, 25cm.
O CALÇO OU A RASTEIRA
Cahi no baniano rente a poeira, e isquei-lhe um rabo-de raia que o marreco voôu na alegria do tombo, indo amarro-tar a tampa do juizo n'uma canastra, e ahi gritei: -- Entranegrada! O turuna enfeitou-se outra vez... Oh! cabra cutuba!
leiam o texto completo em grafia moderna.
vejam a reprodução em .jpg:
página 1 (634,4kB).
página 2 (613,7kB).
página 3 (691.8kB).
página 4 (388,6kB).
Agradecimos ao historiador Carlos C. Cavalheiro, de Sorocaba, pela contribuição da reprodução digital. Original pertencente ao historiador Adolfo Frioli.
http://www.capoeira-palmares.fr/histor/kosmos.htm
Tradições sociais do banditismo urbano carioca
Entre 1850 e 1890, a zona urbana mais densamente ocupada do Rio de Janeiro era dividida em territórios controlados pelas "maltas", grupos organizados formados por capoeiras, que tinham suas roupas, suas insígnias e sua identidade. As duas principais maltas, os "Nagoas" e os "Guaiamus", formaram-se a partir de várias falanges ou grupos de capoeiras que dividiram as freguesias da cidade entre si, no início do Segundo Império.[11] Mantinham entre si rivalidade intransigente, fazendo guerra uma à outra e chegaram a reunir, em seu apogeu, milhares de escravos, negros libertos, brancos de diversas origens e jovens imigrantes portugueses. "Formada por três, vinte ou até mesmo cem indivíduos, a malta era a forma associativa de resistência mais comum entre escravos e homens livres pobres no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX" (Soares, 1994: 40). Nesse mesmo período, é grande a quantidade de sentenciados ou presos no Rio de Janeiro: em 1850, são 1.676 presos (813 por cem mil habitantes), sem contar os sentenciados por crimes mais graves, cujo número é desconhecido; em 1868, são seis mil (três mil por cem mil habitantes); em 1874, são mais de oito mil (3.500 por cem mil habitantes) e em 1876 alcançam quase 13 mil (5.200 por cem mil habitantes), diminuindo nos anos seguintes até estabilizar-se, na década de 80, numa média anual de seis mil presos.[12]Com a proclamação da República, o novo Código Criminal transforma a prática da capoeira de simples contravenção em crime, agravado se existir formação de grupo ou malta. Em seguida, as maltas foram maciçamente reprimidas no primeiro governo republicano pelo chefe de polícia Sampaio Ferraz e mais de mil capoeiras foram desterrados em Fernando de Noronha. As maltas desapareceram, mas não os capoeiras, que reaparecem na Revolta da Vacina, em 1906, embora cada vez mais isoladamente. Hernani de Irajá ainda fala deles agindo no Rio dos anos 20, principalmente na Lapa (Irajá, 1960).
http://www.letras.puc-rio.br/catedra/revista/6Sem_16.html
O CALÇO OU A RASTEIRA
Cahi no baniano rente a poeira, e isquei-lhe um rabo-de raia que o marreco voôu na alegria do tombo, indo amarro-tar a tampa do juizo n'uma canastra, e ahi gritei: -- Entranegrada! O turuna enfeitou-se outra vez... Oh! cabra cutuba!
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Tradições sociais do banditismo urbano carioca
Entre 1850 e 1890, a zona urbana mais densamente ocupada do Rio de Janeiro era dividida em territórios controlados pelas "maltas", grupos organizados formados por capoeiras, que tinham suas roupas, suas insígnias e sua identidade. As duas principais maltas, os "Nagoas" e os "Guaiamus", formaram-se a partir de várias falanges ou grupos de capoeiras que dividiram as freguesias da cidade entre si, no início do Segundo Império.[11] Mantinham entre si rivalidade intransigente, fazendo guerra uma à outra e chegaram a reunir, em seu apogeu, milhares de escravos, negros libertos, brancos de diversas origens e jovens imigrantes portugueses. "Formada por três, vinte ou até mesmo cem indivíduos, a malta era a forma associativa de resistência mais comum entre escravos e homens livres pobres no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX" (Soares, 1994: 40). Nesse mesmo período, é grande a quantidade de sentenciados ou presos no Rio de Janeiro: em 1850, são 1.676 presos (813 por cem mil habitantes), sem contar os sentenciados por crimes mais graves, cujo número é desconhecido; em 1868, são seis mil (três mil por cem mil habitantes); em 1874, são mais de oito mil (3.500 por cem mil habitantes) e em 1876 alcançam quase 13 mil (5.200 por cem mil habitantes), diminuindo nos anos seguintes até estabilizar-se, na década de 80, numa média anual de seis mil presos.[12]Com a proclamação da República, o novo Código Criminal transforma a prática da capoeira de simples contravenção em crime, agravado se existir formação de grupo ou malta. Em seguida, as maltas foram maciçamente reprimidas no primeiro governo republicano pelo chefe de polícia Sampaio Ferraz e mais de mil capoeiras foram desterrados em Fernando de Noronha. As maltas desapareceram, mas não os capoeiras, que reaparecem na Revolta da Vacina, em 1906, embora cada vez mais isoladamente. Hernani de Irajá ainda fala deles agindo no Rio dos anos 20, principalmente na Lapa (Irajá, 1960).
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