Os chamados "monhés" estabeleceram-se na Ilha de Moçambique após a criação da "Companhia dos Baneanes" ou "Manzanes" de Diu em 1686. O termo "baneane" era aplicado nesta época a qualquer mercador indiano nos portos do Indico ocidental, embora o étimo bania, donde provém, tenha origem na seita religiosa Jaina, cujos membros eram proibidos pela doutrina Jaina ou Jainismo de se ocuparem doutra actividade que não fosse o comércio. Reconhecida como companhia perante a lei portuguesa, a "Companhia dos Baneanes" era de facto a face visível de uma corporação ou mahajan de mercadores indianos do Guzerate (Gujarat)estabelecida no porto português de Diu. Parece que a corporação era dirigida por mercadores abastados hindus que admitiam na sua corporação elementos muçulmanos como parceiros ou, mais provavelmente, simples agentes comerciais. Os manzanes do porto português de Diu pertenciam à casta mercantil que tinha sede em Surrate e ramificações em inúmeros portos do Indico, nomeadamente noutros portos portugueses, como Goa, onde controlavam o comércio de tecidos e se dedicavam também a actividades financeiras e usurárias. Foi através desta actividade que, em meados do século XVII, ou mesmo antes, passaram a dominar o comércio entre a India e a costa africana, sobretudo Moçambique.
http://www.macua.org/prosa/lobatog.html
OTRA CITA SOBRE LOS BANEANES:
Relatório colonial de 1881, confidencial e insuspeito, publicado em Lisboa pelo português reinol, o Visconde da Arriaga, presidente juiz de direito, Governador – geral de Moçambique e Deputado às Cortes do Reino de Portugal, no século XIX, que dizia sobre a escravatura em Moçambique (no norte e centro).
Em 1820, os habitantes de Quilimane, que pela sua riqueza se consideravam a povoação mais importante e aristocratica da provincia, proclamaram-se independentes desligando-se do governo da capital e unindo-se ao Rio de Janeiro”(…)
“Presidindo em Moçambique (ilha), como juiz de direito á venda em leilão de 52 pretos pertencentes á herança d’um Baneane, natural da India, causou-me horror e vergonha, quando procedendo-se em separado á d’uma preta, engommadeira, que trazia pela mão um filho de 8 annos, e outro ao colo a vi chorar lágrimas de sangue por este desprezo dos sentimentos da natureza”(...)
http://www.triplov.com/letras/Joao-Craveirinha/2008/Escravatura/index.htm
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