Capítulo XLVI
De como o governador Mathias de Albuquerque mandou buscar a carga de uma nau da Índia, que se perdeu na ilha de Santa Helena
Providência divina foi ficarem na Bahia os dois galeões que dissemos no capítulo precedente, um dos quais era da esquadra de Biscaia, chamado Nossa Senhora da Atalaia, de que era capitão João Martins de Arteagoa, outro da esquadra do estreito, chamado S. Miguel, e o capitão Francisco Cestim, porque foram depois mui úteis e necessários para irem buscar a carga da nau Conceição, que por se ir ao fundo com água descarregou na ilha de Santa Helena; vinha esta da Índia em companhia de outras quatro, das quais vinha por capitão-mor d. Antônio Tello, o qual não podendo deixar de seguir a sua viagem, tomou dela a fazenda que pôde, e a gente com o seu capitão d. Francisco de Sá, e deixou a Antônio Gonçalves pousado com 120 homens brancos, e alguns cafres em guarda do mais, escrevendo por um batel ao governador do Brasil que lhe mandasse navios; chegou o batel a Pernambuco, onde o governador Mathias de Albuquerque, que estava em 18 de agosto de 1625, o qual avisou logo a d. Fadrique, pedindo-lhe para isto quatro urcas, que aí o estavam aguardando com mantimentos para a armada, dos quais era cabo João Luiz Camarena, e d. Fadrique do mar, onde achou o recado, mandou que fossem os ditos galeões da Bahia, porque das urcas dos mantimentos tinha necessidade a sua armada, pelo que o governador mandou logo em direitura aos de Santa Helena uma caravela de refresco, e por capitão dela Mateus Rodovalho, e duas naus pela Bahia, uma chamada S. Bom Homem, capitão Antônio Teixeira, outra Churrião, capitão Custódio Favacho, providas da fazenda de Sua Majestade, pelo contratador Jerônimo Domingues, para que daqui fossem com os ditos galeões, como logo foram, e com outra não chamada a Rata, que mandou d. Francisco de Moura, da qual era capitão Rodrigo Álvares.
Chegaram a Santa Helena a 27 de dezembro de 1626, acharam os indiáticos entrincheirados com os fardos, e com três baluartes feitos, em que tinham seis peças de artilharia, donde haviam pelejado primeiro com uma nau holandesa, e depois com quatro de holandeses e ingleses, tão valorosamente, que não se atreveram a sair à terra, e se foram com muita gente morta.
http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/12048518669194854198846/p0000004.htm
De como o governador Mathias de Albuquerque mandou buscar a carga de uma nau da Índia, que se perdeu na ilha de Santa Helena
Providência divina foi ficarem na Bahia os dois galeões que dissemos no capítulo precedente, um dos quais era da esquadra de Biscaia, chamado Nossa Senhora da Atalaia, de que era capitão João Martins de Arteagoa, outro da esquadra do estreito, chamado S. Miguel, e o capitão Francisco Cestim, porque foram depois mui úteis e necessários para irem buscar a carga da nau Conceição, que por se ir ao fundo com água descarregou na ilha de Santa Helena; vinha esta da Índia em companhia de outras quatro, das quais vinha por capitão-mor d. Antônio Tello, o qual não podendo deixar de seguir a sua viagem, tomou dela a fazenda que pôde, e a gente com o seu capitão d. Francisco de Sá, e deixou a Antônio Gonçalves pousado com 120 homens brancos, e alguns cafres em guarda do mais, escrevendo por um batel ao governador do Brasil que lhe mandasse navios; chegou o batel a Pernambuco, onde o governador Mathias de Albuquerque, que estava em 18 de agosto de 1625, o qual avisou logo a d. Fadrique, pedindo-lhe para isto quatro urcas, que aí o estavam aguardando com mantimentos para a armada, dos quais era cabo João Luiz Camarena, e d. Fadrique do mar, onde achou o recado, mandou que fossem os ditos galeões da Bahia, porque das urcas dos mantimentos tinha necessidade a sua armada, pelo que o governador mandou logo em direitura aos de Santa Helena uma caravela de refresco, e por capitão dela Mateus Rodovalho, e duas naus pela Bahia, uma chamada S. Bom Homem, capitão Antônio Teixeira, outra Churrião, capitão Custódio Favacho, providas da fazenda de Sua Majestade, pelo contratador Jerônimo Domingues, para que daqui fossem com os ditos galeões, como logo foram, e com outra não chamada a Rata, que mandou d. Francisco de Moura, da qual era capitão Rodrigo Álvares.
Chegaram a Santa Helena a 27 de dezembro de 1626, acharam os indiáticos entrincheirados com os fardos, e com três baluartes feitos, em que tinham seis peças de artilharia, donde haviam pelejado primeiro com uma nau holandesa, e depois com quatro de holandeses e ingleses, tão valorosamente, que não se atreveram a sair à terra, e se foram com muita gente morta.
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Otra fuente:http://www.cchla.ufpb.br/pergaminho/1627_historia_-_frei_salvador.pdf
Autor/a: Vicente, do Salvador, Frei (1564-1639?) Título: História do Brasil Publicación:
Alicante : Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2003 Nota: Edición digital basada en la de Rio de Janeiro, Fundação Biblioteca Nacional, 2002. Portal: Fundação Biblioteca Nacional Materias:
CDU 981. Historia de Brasil. Encabezamiento de materia Brasil - Historia CDU: 981 Idioma :
portugués http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?portal=0&Ref=10623
Autor/a: Vicente, do Salvador, Frei (1564-1639?) Título: História do Brasil Publicación:
Alicante : Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2003 Nota: Edición digital basada en la de Rio de Janeiro, Fundação Biblioteca Nacional, 2002. Portal: Fundação Biblioteca Nacional Materias:
CDU 981. Historia de Brasil. Encabezamiento de materia Brasil - Historia CDU: 981 Idioma :
portugués http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?portal=0&Ref=10623
otras citas:
1599
João Soares á volta da India por escorrer a Ilha de Santa Elena foi fazer aguada ao Brasil e chegou a Lisboa em Novembro havendo chegado as outras todas em Agosto
1609
A nao de Antonio Barroso voltando da India para este Reino foi á Bahia de Todos os santos no Brasil, onde se perdeo, mas salvou-se toda a gente e fazenda.
1626
D. Manoel Pereira Coutinho, Capitão-mor de 2 naos e 1 galeão de carga, partio a 14 de Abril Lourenço Peixoto Cirne, Capitão do galeão e Almirante, e Capitão da outra náo Francisco Ribeiro, todos chegárão a Goa a salvamento e voltarão para este Reino onde 2 náos chegarão a salvamento.
O galeão se apartou dellas, e foi ao Brasil á Bahia de Todos os Santos onde se deteve ate Janeiro de 629 em que chegou a salvamento mas deixou a pimenta e fazenda de partes na Ilha 3ª.//
D. Manoel Pereira Coutinho, Capitão-mor de 2 naos e 1 galeão de carga, partio a 14 de Abril Lourenço Peixoto Cirne, Capitão do galeão e Almirante, e Capitão da outra náo Francisco Ribeiro, todos chegárão a Goa a salvamento e voltarão para este Reino onde 2 náos chegarão a salvamento.
O galeão se apartou dellas, e foi ao Brasil á Bahia de Todos os Santos onde se deteve ate Janeiro de 629 em que chegou a salvamento mas deixou a pimenta e fazenda de partes na Ilha 3ª.//
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