viernes, 16 de enero de 2009

O mundo que o português criou ou relações imprevisíveis entre “colonos” e “colonizados”?

Em costas brasileiras, existiram homens, como o bacharel da Cananeia, João Ramalho ou Diogo Álvares, o Caramurú, e tantos outros degredados e náufragos mais ou menos anónimos, que foram fundamentais como elo de contacto entre índios e recém-chegados. Durante muito tempo, estiveram encarregados de explorar o território e avaliar os seus recursos económicos e importa salientar que, durante muito tempo, estiveram afastados de qualquer contacto com a civilização portuguesa. Estes intermediários foram coevos dos primeiros colonos: na sua maioria homens, solteiros, aventureiros, muitos degredados e foragidos, mas também indivíduos da pequena nobreza. Muitos deles tornaram-se, por sua vez, intermediários culturais na medida em que estavam integrados nas sociedades indígenas, adoptando hábitos e comportamentos autóctones e aprendendo a falar as línguas ameríndias. Alguns miscigenaram-se com as mulheres da terra, filhas de principais, em uniões duráveis e estáveis, e apropriaram-se dos atributos inerentes aos chefes índios, o que lhes conferia prestígio e poder dentro das estruturas ameríndias[5]. Foi graças à intervenção destes indivíduos que a presença colonizadora portuguesa se conseguiu implantar com sucesso em regiões como São Vicente, São Paulo de Piratininga ou a Baia, sendo a influência e prestígio destes homens decisivos na definição de alianças e dos apoios indígenas aos portugueses. [6]
http://www2.iict.pt/index.php?idc=102&idi=12913

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