jueves, 8 de enero de 2009

O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira

A participação mais efetiva da África Ocidental no fornecimento de escravos para o Rio de Janeiro declinou entre 1795 e 1811, ano em que Manolo Florentino verificou um crescimento da oferta de cativos oriundos de Moçambique. Esse crescimento se explica, em termos mais amplos, pela Abertura dos Portos, em 1808, que favoreceu o aumento do número de expedições para Moçambique a fim de resgatar escravos. Nesse movimento, ganhou destaque o porto de Quilimane. Para o porto de Salvador, outro importante mercado de escravos da colônia, a demanda de escravos permaneceu sendo suprida pela região do Congo-Angola. O porto do Rio de Janeiro, entretanto, não monopolizava o recebimento de africanos de Moçambique. Houve reivindicações de comerciantes do Pará, envolvidos no tráfico de escravos em diferentes regiões africanas, dentre as quais Moçambique, na última década do século XVIII, para obter isenção do pagamento de direitos (impostos) por um certo período de tempo, demonstrando que outros portos coloniais eram abastecidos de cativos da África Oriental.
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=154&sid=28&tpl=printerview
Em relação ao movimento comercial entre o Brasil e a Índia os Mapas indicam a entrada de 36 navios em Goa. Só nos anos de 1817 a 1819 chegaram a aportar 4, 8 e 7 navios, respectivamente, cifras que estavam ao nível dos anos áureos da Carreira da Índia. A maioria das embarcações partiu do Rio de Janeiro o que parece confirmar a tese de Fragoso a propósito da «dinâmica própria» dos comerciantes privados cariocas.[13] Da Baía largaram cinco navios e de Pernambuco apenas um. Convém entretanto realçar que as rotas entre o Brasil e o Índico não se dirigiram apenas ao porto de Goa. Cerca de metade dos navios que navegavam em direcção à Índia fazia escala nos Portos do Norte, principalmente em Surrate e Bombaim, para comprar tecidos guzerates. Outros, interrompiam a viagem em Moçambique ou nas Maurícias para carregar cera e marfim que levavam para Surrate e Bombaim, ou paravam na ida para o Brasil para adquirir escravos.
http://www2.iict.pt/?idc=102&idi=12905

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