T i m o r
Artur de Sá
As danças são, como em toda a parte, manifestações públicas de alegria. 0 género praticado
em Timor pelo indígena é o batuque (Tebe-Dai) não o batuque africano, descomposto e selvagem,mas o batuque malaio, rítmico e artístico, mesmo quando, durante orgias nocturnas, desce à mímica de sentido erótico (Lico), ou quando exulta selvaticamente a vitória, perante esgares espectrais das cabeças inimigas decepadas (Loro-Sáan). Também nestes quadros da vida indígena há ainda muito que «civilizar», o que se vai conseguindo e, graças a intervenção da política portuguesa, a dança do Loro-Sáan, hoje. executa-se como mera representação. Finalmente, digamos alguma coisa sobre os mercados, ou bazares, como se diz em Timor,
aonde os indígenas de afastadas regiões se encontram. vendem ou permutam variados produtos
agrícolas, curiosos artefactos, espécies de animais, desde o búfalo até a cacatua que se esforça por dizer alguma coisa para chamar sobre si as atenções. Donde é fácil imaginar o colorido do espectáculo, animado pelos combates de galo ou pela música dos batuques. Estes mercados
realizam-se por toda a parte, em dias e lugares determinados. com modalidades idênticas às das
nossas feiras, mas com muito mais interesse e bulício, podendo afirmar-se que o bazar é. em Timor, o teatro da vida pública indígena.
http://purl.pt/915/1/cd1/ta000/TA005.pdf
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