ARTÍCULO:
“A ruína dos Prazos tinha a principal causa na venda dos colonos adscritos à terra pelos donos dos mesmos e ainda, na retirada para o Brasil dos mais ricos enfiteutas da Região, levando consigo, não só parte dos seus escravos, como as grandes riquezas adquiridas na Província.
Em ofício de 15 de Janeiro de 1829 ordena o governador Xavier Botelho ao governador dos Rios de Sena, Ferrão, que não permita a saída de nenhuns moradores, sem as licenças necessárias, pois a sua partida acarreta a ruína do comércio e do crédito de toda aquela zona.
O governador dos Rios de Sena, cerca de um mês depois, descreve a situação aflitiva naquela região, devido à falta de mantimentos e as providências que tomou para conseguir arroz, o qual comprou aos cafres do Prazo Luabo, pagando-o pelo alto preço de 6 panos cada alqueire, sendo ainda a condução do mesmo, para a vila de Sena, por conta da Real Fazenda.
Termina, acrescentando que a fome é tanta naquela vila, que até as praças da guarnição já
desertaram quase todas. Em resposta a este ofício, o governador Xavier Botelho lamenta a situação de Sena, a qual atribui ‘à ambição dos moradores dessa capitania e de Quelimane... que deram origem a grande parte das desgraças... pois começou a privá-las de escravos e colonos que hoje lhe faltam... é público que têm agarrado, reduzido à escravidão e vendido negros forros e o que é mais os colonos desses mesmos prazos que administram, perpetrando o crime de cativar homens, cuja escravidão era adstrita aquele terreno... esta perseguição e não a seca forçou os desgraçados a fugir...abandonando tudo e daí vem a fome’.
Tal depoimento esclarece nìtidamente a quem cabiam as culpas do tráfico indebido da escravatura e quão diferentes eram as instruções e as ordens emanadas do governo central sobre esta matéria.” (Fernandes, 1966, 37)pag215
.......O concelho de Angoche ou Antonio Ennes, abolido pelo Comissario Regio Mousinho de
Albuquerque, contava, em 1898, 8 europeus e mestiços –todos ou quasi todos funcionarios da
provincia- e 25 asiaticos portugueses, caixeiros das casas indianas de Moçambique, cuja actividade comercial se limita a esperar, acocorados nas suas palhotas, a vinda dos macuas do
interior, carregados de amendoim. Imagine-se o que estes figurões se importariam com a administração municipal! Contudo, Angoche ainda tem importancia commercial, mas Sofala,
sem população civilizada, sem recursos e sem commercio, era também municipalidade perfeita!
(Costa, 1901, 602-603)pag282
http://www.tesisenxarxa.net/TESIS_UB/AVAILABLE/TDX-0711105-085606//Tesi_Albert_Farre.pdf
cita sobre esclavos Mozambiques:
http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/cea_0008-0055_1975_num_15_59_2577
Em ofício de 15 de Janeiro de 1829 ordena o governador Xavier Botelho ao governador dos Rios de Sena, Ferrão, que não permita a saída de nenhuns moradores, sem as licenças necessárias, pois a sua partida acarreta a ruína do comércio e do crédito de toda aquela zona.
O governador dos Rios de Sena, cerca de um mês depois, descreve a situação aflitiva naquela região, devido à falta de mantimentos e as providências que tomou para conseguir arroz, o qual comprou aos cafres do Prazo Luabo, pagando-o pelo alto preço de 6 panos cada alqueire, sendo ainda a condução do mesmo, para a vila de Sena, por conta da Real Fazenda.
Termina, acrescentando que a fome é tanta naquela vila, que até as praças da guarnição já
desertaram quase todas. Em resposta a este ofício, o governador Xavier Botelho lamenta a situação de Sena, a qual atribui ‘à ambição dos moradores dessa capitania e de Quelimane... que deram origem a grande parte das desgraças... pois começou a privá-las de escravos e colonos que hoje lhe faltam... é público que têm agarrado, reduzido à escravidão e vendido negros forros e o que é mais os colonos desses mesmos prazos que administram, perpetrando o crime de cativar homens, cuja escravidão era adstrita aquele terreno... esta perseguição e não a seca forçou os desgraçados a fugir...abandonando tudo e daí vem a fome’.
Tal depoimento esclarece nìtidamente a quem cabiam as culpas do tráfico indebido da escravatura e quão diferentes eram as instruções e as ordens emanadas do governo central sobre esta matéria.” (Fernandes, 1966, 37)pag215
.......O concelho de Angoche ou Antonio Ennes, abolido pelo Comissario Regio Mousinho de
Albuquerque, contava, em 1898, 8 europeus e mestiços –todos ou quasi todos funcionarios da
provincia- e 25 asiaticos portugueses, caixeiros das casas indianas de Moçambique, cuja actividade comercial se limita a esperar, acocorados nas suas palhotas, a vinda dos macuas do
interior, carregados de amendoim. Imagine-se o que estes figurões se importariam com a administração municipal! Contudo, Angoche ainda tem importancia commercial, mas Sofala,
sem população civilizada, sem recursos e sem commercio, era também municipalidade perfeita!
(Costa, 1901, 602-603)pag282
http://www.tesisenxarxa.net/TESIS_UB/AVAILABLE/TDX-0711105-085606//Tesi_Albert_Farre.pdf
cita sobre esclavos Mozambiques:
http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/cea_0008-0055_1975_num_15_59_2577
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