miércoles, 17 de diciembre de 2008

PORTUGUESES E MALAIOS: Malaca e os Sultanatos de Johor e Achém 1575-1619

Libro:PORTUGUESES E MALAIOS: Malaca e os Sultanatos de Johor e Achém 1575-1619Paulo Jorge de Sousa Pinto
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DOCUMENTO:OS PORTUGUESES E A ÁSIA MARÍTIMA, C. 1500 - C. 1640: CONTRIBUTO PARA UMA LEITURA GLOBAL DA PRIMEIRA EXPANSÃO EUROPEIA NO ORIENTE. 2ª PARTE: O ESTADO PORTUGUÊS DA ÍNDIA
Francisco Roque de OliveiraUniversitat Autònoma de Barcelonamailto:Barcelonafranciscoroliveira@mail.telepac,pt

Uma observação de carácter geral e mais ou menos elementar dá-nos a ver que, decorrido um século sobre a viagem de Vasco da Gama, a realidade em que os recém-chegados protestantes penetram oferece uma conexão comercial estabelecida a nível mundial. Os séculos que se seguem aprofundam este panorama, mas as economias do Índico, da Europa e do Novo Mundo encontravam-se já por esta altura ligadas entre si. O processo é inseparável do adensamento das redes comerciais que unem distintas partes da Ásia marítima e do crescimento dos montantes de produção que muitas destas destinam ao mercado, dois aspectos verificados ao longo das décadas seguintes a 1500. Quem quer que viesse para se instalar dispunha à partida de um conhecimento de mercados inexistente nesta última data, de uma lingua franca — o português, ou melhor, uma versão crioula do português, porque este coabitava desde Madagáscar às Filipinas com termos emprestados fosse do malaio, do tâmil ou do árabe[70] —, de uma difusão generalizada de metais preciosos e de outros meios de pagamento, assim como de armas de fogo, tudo factores autónomos em relação a qualquer novidade introduzida no dealbar do século XVII pelos novos contendores europeus e que, desde logo, proporcionam uma redução substancial dos riscos.Um outro elemento contextual oferece-o o processo de transformação da generalidade dos Estados asiáticos que decorre desde o início do século XVI. Se até esta data se podem identificar grosso modo duas categorias, a dos grandes Estados agrários e tributários e a dos, por regra, pequenos Estados mercantis (Ormuz, Adém, Calecute ou Malaca), tal dicotomia vai-se esbatendo progressivamente a partir daí, à medida que se generaliza o espírito mercantilista. O Irão do Xá Abbas I, o Estado Mogol, Golconda ou, mesmo, a Birmânia exemplificam o novo modelo de Estado da transição do século XVI para o seguinte, com o seu regime intermédio, semi-agrário, semi-comercial. Recorde-se como depois de ter acedido em meados de Quinhentos a retirar-se da condução directa de muito do comércio realizado à sua sombra, o Estado da Índia não resistiu a “regredir” e viu-se envolvido, ao longo dos anos de 1580 e 1590, em projectos de expansão territorial em Ceilão e no Sudeste asiático continental, parte por efeito de imitação da experiência espanhola no Novo Mundo e nas Filipinas, parte por perceber a mudança política em curso em várias dessas áreas. No entanto, consumada esta consolidação em muitos dos Estados asiáticos, tais projectos deixam de ter qualquer viabilidade, o que continua a ser válido caso, entre outros aspectos, o Estado da Índia tivesse podido contar com um empenho diferente da parte dos Habsburgo, notórios favorecedores dos seus interesses no Novo Mundo em contraste com os do Império Português do Oriente.http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-151.htm

LIBRO:Os Portugueses e a Ásia Marítima, c. 1500 - c. 1640: contributo para uma leitura global da primeira expansão europeia no Oriente. 2ª Parte: o Estado Português da ÍndiaAutores: Francisco Nova: Revista electrónica de geografía y ciencias sociales ISSN 1138-9788, Nº. 7, 133-156, 2003

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