sábado, 20 de diciembre de 2008

Entre Oriente e o Atlántico

Entre o Oriente e o Atlântico: «interdependências» no Império Português, no final da Idade Moderna
Entre o Oriente e o Atlântico:
«interdependências» no Império Português, no final da Idade Moderna
Luís Frederico Dias Antunes
(Departamento de Ciências Humanas do IICT

..........O aumento do número de mercadores portugueses e o primeiro esboço de um corpo mercantil só se tornaria visível, a partir de finais da década de 1770 e no início da década de 1780, com a expansão do tráfico de escravos desenvolvido pelos franceses das Mascarenhas e pelos brasileiros na costa oriental africana, especialmente na ilha de Moçambique, nas Querimbas e em Quelimane.
No início de oitocentos, estamos perante uma classe completamente distinta da que continuava a dominar a sociedade fundiária ligada aos prazos da Zambézia[10]. Esse grupo de mercadores possuía recursos para armar navios negreiros e viajar para as Maurícias e para a América. Em 1801, dos 14 navios utilizados no comércio externo moçambicano, 5 deles estavam envolvidos no tráfico de escravos para o Brasil e região platina (Buenos Aires e Montevideu)[11]. Os outros navios dedicavam-se ao comércio com a Índia, com as Ilhas francesas do Índico e, ainda, ao comércio de cabotagem, tanto de marfim como de víveres.
Este núcleo mercantil integrava ainda outros indivíduos que se serviam dos cargos políticos e administrativos, desde o Governador geral da colónia até ao fiscal das alfândegas, passando pela inspector das cargas e pelos angariadores de escravos, para intervir directamente nesse comércio. Entre as famílias de negociantes realçam-se entre outros, os Rosário Monteiro, os Silva Guedes, o Ferreira da Graça, os Costa Portugal e os Cruz e Almeida.
http://www2.iict.pt/?idc=102&idi=12905

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