jueves, 18 de diciembre de 2008

Macuas e suaílis na companhia de cipaios da Terra Firme-Moçambique 1763

libro:Página 320 Los actuales macua de Mozambique viven en el norte del país y muchos también en Ilha de Mozambique, donde se asentó la antigua capital de esa colonia ...


Macuas e suaílis na companhia de cipaios da Terra Firme:
...........o acelerado incremento do tráfico de escravos, em disputa com os frances, ocasionava repetidos confrontos com as chefaturas macuas e suaílis.Reavivou-se, então, a discussão sobre o recrutamento das tropas do regi-mento moçambicano.Tanto o novo governador-geral, José Vasconcelos e Almeida (1779-1781), como o comandante do regimento, o tenente-coronel Maia Vasconce-los, se inclinaram para a contratação de cipaios indianos, replicando argu-mentos antigos.As tropas asiáticas acabariam por ser enviadas para Moçambique,não para acudir aos recorrentes conflitos na Terra Firme, mas para se dirigi-rem a Lourenço Marques, onde os austríacos da Companhia Asiática deTrieste tinham instalado uma feitoria62. Os portugueses negociavam na baíahá muito, mas não tinham aí nenhum estabelecimento permanente. Agravi-
dade da situação justificou o envio de uma expedição militar de Goa para expulsar os concorrentes europeus. Em abril de 1781, chegou à ilha de Moçambique uma fragata com três companhias: uma de cipaios, sob a de-signação de Voluntários Reais, uma de infantaria e outra de artilharia, a quese deveriam juntar cem soldados da praça63. A companhia de cipaios era
constituída por 60 homens, dos quais chegaram apenas 14, tendo falecido os restantes durante a viagem, mormente num naufrágio em Zanzibar. Mas,os cipaios eram novamente begarins, ciertamente sem treino militar, e o go-vernador-geral, Pedro Saldanha de Albuquerque (1782-1783), considerou-os inúteis, declarando-os “mais brutos que os cafres desta África”64
.A imprestabilidade dos soldados enviados de Goa, numa difícil conjunção político-militar, apontou para o recurso a outras fontes de recru-tamento. Em 1784, a guerra na Terra Firme, com o chefe macua Uticulo, emresposta à política de preços da companhia de comércio recentemente cria-da, actualizou a premência de encontrar uma solução para os ralos contin-
gentes militares da colónia. O conselho que então detinha interinamente o governo optou por constituir uma companhia de naturais do país, angaria-dos na Terra Firme entre suaílis e macuas, a que chamou de cipaios.A importação de soldados asiáticos, cujo fluxo não fora assegurado pelo governo da Índia, terá sugerido a for-mação de companhias regulares africanas, que mimeticamente foram deno-minadas de cipaios. Essa designação, reportando-se originariamente aos militares indianos, penetrou, então, na terminologia marcial moçambicana
para referir os soldados africanos.Logo depois, o governador-geral António de Melo e Castro (1786-1793), experiente na utilização de combatentes africanos durante a sua ante-rior administração dos Rios de Sena, agregou o corpo de cipaios à compa-nhia de artilharia,recentemente autonomizada do regimento66, visando o seu adestramento no manejo das espingardas e das bocas de fogo. A instru-ção dos soldados foi confiada ao capitão de artilharia Jerónimo José No-gueira de Andrade, que estudara na Academia Militar do Rio de Janeiro.
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