lunes, 1 de diciembre de 2008

Lembramos que muitas famílias de grandes armadores portugueses, como é o caso de Fernão Cardim ou a própria descendência de outros nobres, também governadores e vice-reis da Índia, que foram nomeados para cargos de governação ou chefia em território brasileiro, mas mantinham interesses pessoais ou privados em ambos os territórios. Como exemplos poderemos mencionar António Coelho de Albuquerque, capitão-de-mar-e-guerra e capitão de Infantaria em Macau (1708-1716), Capitão-General de Solor e Timor (1722-1725), filho de António de Albuquerque Coelho Carvalho, Governador do Maranhão, ou D. Luís Peregrino de Ataíde, Conselheiro de D. João V e Vice-Rei do Brasil entre 1749 e 1755, que eram grandes coleccionadores de arte e grandes encomendantes de porcelanas chinesas e européias. As companhias das Índias Neerlandesas Ocidentais que iniciaram a sua actividade em 1621, depois de ocuparem Olinda e Pernambuco em 1630, tiveram um papel determinante na difusão da cultura europeia e do gosto vigente no Brasil até à instalação da capital no Rio de Janeiro e à chegada da corte de D. João VI ao Brasil.
http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/ad_oriental.htm

Por esta altura a sociedade portuguesa no Brasil regia-se pelos mesmos protocolos de etiqueta e gosto. A rede clientelar que na esfera do público, se pautava pelas linhas programáticas do poder central, na esfera do poder privado, alicerçava-se a laços de parentesco. As invasões e ocupações do território por parte dos holandeses contribuíram para o intercâmbio de obras de arte ou de utensílios do quotidiano que o mercado oficial ou o mercado paralelo ofereciam. Em 1730, “as mercadorias que vinham da China vendiam-se mais vantajosamente no Brasil do que em qualquer outro local”[5], mercado que tenderia sempre a aumentar com a liberalização dos portos

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