Pelas nossas contas, cada navio português devia estar armado, em média, com cerca de vinte canhões de grosso calibre e ter de guarnição cerca de trezentos e trinta homens, dos quais metade seriam marinheiros canarins ou malabares. De qualquer forma, mesmo que enfermasse de um certo número de debilidades de ordem estrutural, a armada de D. Martim Afonso de Castro demonstra cabalmente a falsidade dos mitos de que na Índia Portuguesa faltavam os meios para combater os Holandeses e de que a falta desses meios resultava do abandono a que tinha sido votada pela Corte de Madrid. Vejamos agora o que se estava passando no campo contrário. A 12 de Maio de 1605 tinha largado da Holanda uma armada de onze naus, sob o comando de Cornelis Matelieff, a quem fora atribuída secretamente a missão de conquistar Malaca. Com este golpe pensavam os directores da Companhia das Índias Orientais cortar definitivamente o acesso dos Portugueses ao riquíssimo comércio com o Sueste Asiático, o Sião, a China e o Japão.
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