lunes, 29 de diciembre de 2008



Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, os principais produtos de exportação da África Oriental eram o ouro e o marfim, sendo que este último já se tornara no produto de maior volume desde o século XVII. Quando se aproximam as últimas décadas do século XVIII, verifica-se uma alteração significativa neste quadro, por meio do forte incremento no volume de escravos saídos, tanto em direção das Ilhas Maurícias como do Brasil.
Os franceses estabelecidos nas Ilhas Mascarenhas, buscavam aumentar suas importações de escravos com a finalidade de obter mão-de-obra suficiente para dar conta da demanda resultante do desenvolvimento agrícola, que se encontrava em marcha naquele território.
Para tanto, além de concentrar sua procura por escravos junto à costa suahíli de Quíloa, voltaram-se também para as Ilhas Querimba como fornecedoras de escravos. Estas últimas acabaram por se envolver num intenso comércio clandestino de escravos com os franceses. Assim, perto do final do século XVIII, a atividade do tráfico negreiro pelos franceses já havia se estendido a outros portos da costa moçambicana, inclusive alguns sob administração portuguesa.
E, no alvorecer do século XIX, aos franceses vieram se juntar os brasileiros, cubanos e norte-americanos, como participantes deste giro em rota ascendente, que acabaria por transfigurar completamente Moçambique.


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