domingo, 7 de diciembre de 2008

Era o que bastava para começar uma dança semelhante à capoeira.

Os milagres no Monte Serrat
Originado nos tempos medievais, no Velho Mundo, o culto a Nossa Senhora do Monte Serrat data da época colonial no Brasil e em Santos foi reforçado por diversos episódios considerados milagrosos, tanto que a santa foi escolhida como padroeira da cidade. As duas histórias principais são a da invasão dos piratas holandeses comandados por Spielbergen em 1615 e a do navio a vapor Araguary em 1926.
O jornal santista A Tribuna, na série de reportagens Conheça o seu bairro - Monte Serrate, publicada em 3/6/1982, relata:(...) Em 1614, quando os holandeses invadiram a Ilha de São Vicente, as populações das vilas de Santos e São Vicente refugiaram-se no monte, rezando e pedindo proteção à Virgem. Quando os invasores aproximaram-se do alto do morro, uma avalanche de pedras matou muitos deles e colocou os demais em fuga. Nossa Senhora do Monte Serrate fizera seu primeiro grande milagre e, desde essa época, a população a considera padroeira de Santos.
A tradição que se perdeu:
A tradição que se perdeu no tempo, mas ainda permanece na memória dos mais antigos: no dia 5 de setembro, o povo subia o morro e, durante os dias de festejos, ficava vigiando Santos.
Morreu também o costume de se fazer rodas de samba. A cada ano as cenas se repetiam: os batuqueiros subiam o morro e lá ficavam, comendo ou bebendo pinga. O samba da pesada surgia bonito, entre os surdos, pandeiros e cuícas, sempre regado a goles de caninha. A garrafa corria de boca em boca, às escondidas do policiamento.
Em meio à animação, um batuqueiro executava o dizendo no pé, uma reverência, até tocar na perna de outro. Era o que bastava para começar uma dança semelhante à capoeira.
Quando um dos batuqueiros conseguia derrubar o outro, o coro não deixava por menos e cantava: "Facão bateu em baixo, a bananeira caiu..." Se o que caiu queria voltar à forra e não conseguia, se ouvia um outro refrão, em tom de zombaria: "Pau rolô, caiu/lá na mata ninguém viu...". Em compensação, quem ganhava a luta era festejado com um canto de vitória: "Morão! Morão! Vara madura que não cai..."
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0066c.htm

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