miércoles, 17 de diciembre de 2008

DO QUE "O PRETO MINA" É CAPAZ: ETNIA E RESISTÊNCIA ENTRE AFRICANOS LIVRES

O outro caso, o do africano livre Cyro, é extraordinário. O pro- cesso de emancipação de Cyro gerou uma documentação riquíssima, já que o concessionário dos seus serviços, Dionísio Peçanha, fez de tudo para obstruí-10 e evitar que o africano obtivesse sua emancipação. Cyro foi registrado como sendo nagô e tendo 32 anos de idade quando seus serviços foram concedidos a Antônio Carlos de Azevedo Coutinho, em novembro de 1849. Meses depois seus serviços foram transferidos para Dionísio Peçanha, que tinha um cargo de oficial na secretaria de estado
dos negócios da Marinha." Cyro também pediu e conseguiu permissão para morar longe do concessionário e pagar-lhe 480 réis por dia. Ele trabalhava como carregador de café, a exemplo de tantos outros africa- nos minas, e constituiu família no Rio de Janeiro: quando começou seu
processo de emancipação, era casado com uma africana mina liberta chamada Luzia e tinha dois filhos.32 O processo de emancipação dos africanos livres que vieram da Bahia começou em 1854 com a ação de liberdade impetrada por Cyro e seu companheiro João na Primeira Vara Cível do Rio de Janeiro. João havia sido um dos líderes do grupo que se apresentou ao juiz de Soroca-
ba em 1849, quando estava em Ipanema. Ele estava servindo ao Primei- ro Regimento de Cavalaria com outro companheiro, Desidério, que tam- bém havia estado em Ipanema. Tão logo Cyro e João tiveram notícia do decreto de dezembro de 1853, os dois conseguiram um curador para representá-los, José Fernandes Monteiro.
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/770/77002403.pdf

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