miércoles, 17 de diciembre de 2008

Arsenal Real da Marinha

Nota del pesquisador:Identificamos en la organización del personal en el Arsenal Real de la Marina una organización ancestral que hoy en día se repite entre los grupos de Capoeira en Brasil.La figura del Mestre,Contramestre que dirigen los equipos de personas y que ascienten a oficiales a los aprendices en función de su parecer y basado en la COMPETENCIA y nó en la Formación y el estudio.
Os arsenalistas da Marinha
na Revolução de Setembro (1836)




Até finais de 1836, a lei estipulava que os aprendizes começassem a vencer jornal ao cabo de um ano de serviço. Mas, como a partir de 1833 se deixou de fazer a avaliação regular dos operários — e, portanto, dos aprendizes —, muitos continuavam sem ganhar, apesar de expirado o prazo legal de um ano. Aliás, o problema já era antigo. Em Outubro de 1830 queixam-se «os aprendizes de diversas oficinas do A. R. M. que tendo requerido a V. Ma- jestade o entrarem para o dito Arsenal sem vencimento até que houvesse vagatura, já alguns têm conseguido esta graça de V. Alteza; e como alguns têm a injustiça de andarem três a quatro anos e até todo o tempo de aprendiz sem ganharem nada para o seu sustento, [...] os suplicantes, vendo-se sujeitos a todo o trabalho como aqueles que vencem», pedem lhes seja igualmente abonado jornal 18 .
Os efeitos da asfixia financeira do Estado recaíam, antes de mais, sobre os aprendizes, e todos os expedientes eram bons para poupar na féria. Assim, por exemplo, um candidato a aprendiz de polieiro (em 1836) poderá ser admitido desde que não lhe seja contado o tempo de serviço
já prestado noutros lados, para que «fique um ano sem vencimento, como os mais que entram»
19 . A situação seria agravada com uma portaria saída em Dezembro de 1836, estabelecendo que os aprendizes admitidos a partir dessa data nada venceriam durante todo o período de aprendi-
zagem! Por outro lado, a promoção passou a estar sujeita à existência de vagas, ou seja, o facto de ter completado a aprendizagem não mais con- feria a passagem automática a oficial.


UM SISTEMA DE DISCIPLINA PESSOAL
Manter dois mil homens disciplinados e produtivos sem a ajuda da máquina exigia uma vigilância minuciosa e um controlo apertado e directo dos seus movimentos. Tratava-se de incutir ou impor hábitos de obediência colectiva a homens formados na liberdade do trabalho individual em ofi- cinas solitárias ou de dimensão familiar. Sem disciplina, o trabalho não rendia o necessário.
Entenda-se por disciplina o rigoroso respeito pela hierarquia em todos os sentidos: aos oficiais e aprendizes cabia acatar as ordens e instruções dos seus superiores, os mestres; e era dever dos últimos darem-se ao res- peito dos seus subordinados. Só era bom mestre quem soubesse fazer-se obedecer. Ser «constitucional, honrado, inteligente, activo e em extremo zeloso» era por certo um requisito fundamental do mestre competente.

O caso dum contramestre insuborlinado contra o respectivo mestre é eloquente a este respeito. O inspector orga- nizou o processo que remeteu ao Governo acompanhado do habitual parecer:
[...] por ele se vê que o contramestre cometeu uma total falta de subordinação ao mestre e na ocasião mais crítica, pois que foi no acto do ponto, portanto perante todos os operários daquela classe; este Mestre é dos mais hábeis neste Arsenal, muito bem comportado, sem- pre foi muito afecto ao sistema que felizmente nos rege e por isso alguns incómodos teve no tempo da usurpação [...] mas dado o caso que o Mestre não fosse como acabo de dizer, é por meio de repre- sentação à autoridade legal que qualquer abuso, ou falta se evita, e não por ataques e insubordinações nunca admissíveis 38.

http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223997291S3wLE0cq2Zn41QX0.pdf

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