2. A atracção do Brasil em finais do século XVIII.
Só a partir de 1761 - quase uma década depois do início do processo de autonomia administrativa de Moçambique em relação ao Estado da Índia -, o poder metropolitano manifestou especial interesse em dinamizar o comércio com a Índia e alargá-lo a os outros domínios ultramarinos, nomeadamente ao Brasil.
O conjunto de medidas desenvolvidas pela coroa através das instruções dadas a Calixto Pereira de Sá,[7] nomeadamente a concentração e organização das alfândegas e a liberdade de comércio para todos os súbditos da Coroa portuguesa que quisessem negociar nos portos moçambicanos, promoveu o desenvolvimento de toda a actividade comercial na colónia. O afluxo de avultadas somas em dinheiro provenientes do tráfico de escravos em larga escala com as ilhas francesas do Índico e com o Brasil, foram os elementos que mais contribuíram para a criação de um pequeno grupo mercantil relativamente organizado e para a transformação da ilha de Moçambique numa plataforma giratória de mercadorias e homens, convertendo-a num grande centro económico e comercial, no último quartel do século XVIII.
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