martes, 2 de diciembre de 2008

1686-Sipais,Brasileiros,cafres MALAYO-MALGACHES,baneanes e portugueses na Ilha de Moçambique

A ILHA DE MOÇAMBIQUE NOS FINAIS DO SECXVIII

REVISITE A ILHA DE MOÇAMBIQUE CERCA DE 1790PELA MÃO DO PROF. ADELTO GONÇALVES EPELA PENA DE TOMÁS GONZAGA
Da obra "Gonzaga, um poeta do Iluminismo"
Terceira Parte

..........Os cafres eram vários povos, alguns com influência árabe - os manjougas, por exemplo, tinham sangue malaio-malgaxe, mas existiam outros cafres africanos puros, como os macuas e os angicos(21). Viviam de vender tabaco, pão, condimentos e outros artigos. Tinham uma maneira curiosa de cumprimentar os muzungos(22). Em vez de erguer a mão e falar, paravam e arrastavam os pés para trás(23). Naquela vila muito estranha para um português chegado do Brasil, predominavam as modas maometanas. Apesar do calor, os negros gostavam de cobrir o corpo: usavam panos de duas ou três braças de algodão branco, ou estampado, com largura suficiente para chegar da cintura até metade da coxa ou, quando muito, até o joelho, enrolados em volta dos quadris.
.......................A ilha tinha os seus encantos. Usufruíra no século XVII os efeitos da época dourada da Zambézia: fora o grande porto onde se articularam as rotas marítimas abertas pelo comércio do ouro. Desde o século XVII, os portugueses comerciavam com o reino do Monomotapa, onde havia imensas minas de ouro. O tráfico da Zambézia, assim como o de Sofala e Inhambane, era feito quase exclusivamente por cristãos indianos. A defesa da ilha estava entregue a sipais(44) vindos da India(45) e a outros naturais do país. No limiar do século XVIII, já a decadência corroía os alicerces do domínio português na ilha e no continente fronteiro. Além de árabes que invadiam toda a costa oriental, mas sem condições de conquistá-la, a ilha passou a receber comerciantes de Diu e Damão, os chamados banianes, que se estabeleceram a partir de 1686. Os banianes, súditos portugueses, eram uma casta de comerciantes hindus fixada em Diu e oriunda de Surate e Cambaia. Eles fugiram da decadência econômica de Diu e nunca respeitaram a determinação para não ultrapassar os limites da ilha. Logo assumiram o predomínio no tráfico entre a India e Moçambique e também no comércio com o interior do continente africano. Eram cerca de 300 por volta de 1782 (46).
http://www.macua.org/gonzaga/gonzaga3.3.html

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