lunes, 3 de noviembre de 2008

Glorias e Martirios da Colonizaçao Portuguesa

Moçambique ,primitivamente subordinada ao Estado da índia, sóem 1752 dêste se separou a administração de Moçambique, separação de que resultou nitidamente um maior pro-gresso da sua ocupação .Foi 'Francisco de Melo e Castro o primeiro que a governou nesse novo regime e que muitocontribuiu para aquêle assinalado pro gresso, seguindo-se-lhe João Pereira da Silva Barba e sucedendo a êste, em 1765, o notável capitão-general Baltazar Manuel Pereira do La go cujo nome é ali, ainda hoje, lembrado e respeitado, como o homem que, durante a sua longa permanência na Coló- nia, pôs ao serviço desta a sua actividade inteligente, a sua energia ponderada, tôdas as suas qualidades de (Page 23)organizador que em tôda a grande colónia se fizeram sentir notavelmente.Mas a sua acção e a sua obra melhor foram apreciadas dos nativos do que dos seus contemporâneos da metrópole que o caluniaram até à morte e ainda depois desta lhe instauraram um processo que nunca se concluiu. Assim pode dizer-se que Pereira do Lago foi também, moralmente, um sacrificado da ocupa ção de Moçambique, que tantos serviços lhe ficou devendo. Foi ainda nos fins do século XVIII, quando deixou de se fazer sentir a acção enérgica de Baltazar Pereira do Lago e se desvaneceu com o tempo a influência moral do seu prestígio, que começaram as sublevações do gentio de Moçambique contra a autoridade portuguesa.Prolonga-se pelo século XIX a rebelião dos negros, agora conjugada com a indisciplina dos brancos, que as convulsões políticas da metrópole fomentavam, na quele período trágico da nossa história em que o-País se debateu na guerra peninsular e nas longas lutas fraternas que
vieram a terminar com o triunfo definitivo. do regime liberal.
A abolição da escravatura, em 18 36, também produziu em Moçambique enorme reacção, natural da parte dos que viviam dêsse lucrativo ne gócio ali radicado durante séculos. Dêsse estado de indisciplina da colónia, resultaram as dificuldades que fizeram sossobrar os primeiros governadores, no novo regime, entre os quais ficaram notáveis os nomes de Carlos Oeynhausen, marquês de Aracaty e do brigadeiro de artilharia Joaquim Pereira Marinho,(Page 24)
que, com temperamentos diferentes, aquêle conciliador,êste severo, alguma coisa conseguiram no sentido de apaziguar e disciplinar a colónia nos curtos períodos em que, um e outro, a governaram. Contra o estado de rebelião indígena que dominava em todos os distritos da colónia no comê ço do segundo quartel do século XIX, foram impotentes os esfor ços dos governadores portugueses, assinalados pelo sacrifício de muitas vidas, em Moçambique (1830) , em Inhambane (1834) onde o governador Soares e todos os moradores que o acompanharam foram derrotados e mortos pelo gentio rebelde, em Sofala (18 35) e em Lourenço Marques(1834) onde o representante da autoridade portuguesa A.Dionísio Ribeiro foi achincalhado, maltratado e por fim assassinado pelos nativos, cuja audácia, sucessivamente animada pela fraqueza dos nossos meios de luta, alentou o poder do célebre Manicusse que chegou a estenderse de Lourenço Marques a Rios de Sena, avassalando régulos com o maior desrespeito pela autoridade portu guesa. E quando algum governador tentou reagir, foi em geral mal sucedido se não sacrificado. Foi o que sucedeu ao capitão António Manuel Pereira chaves, governador de Inhambane que, em 1849, num ataque aos rebeldes, encontrou a morte, assim como um tenente e 12 dos soldados .
http://arada.cdu.edu.au/collect/etimor/index/assoc/D3.dir/doc.pdf

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