Conta Pierre Verger que o filho Martins embarcou para a África em 1833, a bordo de navio que servia ao tráfico comandado, desde Uidá, por Dom Francisco Félix de Souza, o Chachá.
Sua trajetória em solo africano lembra a do Chachá. Protegido de Souza, Martins em pouco tempo voará com asas próprias, vindo, na morte do mentor, a substituí-lo nos negócios e nas graças do rei de Abomé. Martins passa alguns anos em Lagos, onde estabelece, em sociedade com outros brasileiros, lucrativa operação de venda de escravos. Amealhando seu primeiro milhão de dólares, Martins retorna a Salvador, onde se faz amigo e confidente do riquíssimo Joaquim Pereira Marinho, o rei da carne seca, a cuja fortuna se deve, entre outros feitos, a fundação do Banco da Bahia. Pereira Marinho, cujas atividades negreiras eram notórias e lucrativas, faz de Martins seu correspondente na África. Os últimos 20 anos de sua vida (1844-1863) serão passados entre Uidá, Porto-Novo e Abomé, onde o brasileiro substituirá o Chachá, morto em 1849, como conselheiro do rei Guezô – Martins, de fato, nunca alcançará a importância de seu mentor, atingindo, no apogeu de seu prestígio, a posição de “Cabécaire du Roi” (título que deriva do português “cabeceira”, utilizado na costa da África para designar uma pessoa de alta hierarquia); Souza foi “irmão de sangue” de Guezô e vice-rei de Uidá.
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