foto: Cape Town Escrito por Nigel Worden, E. Van Heyningen, Vivian Bickford-Smith(PAG 109)http://books.google.es/books?id=ntsyoxWIB44C
A principal alteração se dará a partir do final do século XVIII, com o incremento do tráfico voltado para o Oceano Atlântico.199
Esse crescimento do comércio negreiro pode ser percebido pela publicação em 1800, de um decreto isentando de direitos os escravos que saíam de Moçambique em direção ao Pará e Maranhão.200 E, em 1809, será o próprio príncipe regente D. João quem dará instruções ao Almirante General, no sentido de ordenar ao governador de Moçambique, o envio da galera Aurora, carregada de escravos para o Rio de Janeiro.201
De acordo com o relato de Jerónimo José Nogueira de Andrade, os franceses haviam estabelecido uma base comercial em Quíloa, que em estando muito ativa em 1789, controlava o comércio daquela região, principalmente o de escravos.202
Para Malyn Newitt, é inclusive válido pensar-se na hipótese de que esse aumento do lucrativo tráfico de escravos, tenha vindo a contribuir para o desvio das rotas de marfim, fazendo-as derivar para o porto de Zanzibar ao invés de dirigir-se tradicionalmente para os portos do norte de Moçambique.203.
Os dados compilados por Capela confirmam a prevalência do marfim como principal produto de exportação das praças de Quelimane e Moçambique até os “anos dourados” do tráfico negreiro, que segundo ele se situariam entre 1819 e 1830.206
No entanto, segundo Capela já em 1788, a exportação de 5.500 escravos pela Ilha de Moçambique e cerca de 3.000 pelo Cabo Delgado, anunciava a mudança na pauta comercial e os novos tempos que sobreviriam a Moçambique.207
Nesse mesmo ano, num porto mais ao sul, em Inhambane, Teodoro dos Santos Pinto, ao exercer o cargo de governador, foi acusado de ter dado “entrada a um barco francês comerciando com eles vendendo grande parte de carga de escravos e recebendo dádiva deles”.208
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/7418/1/JRBPortella_tese.pdf
1374 - Representação de João Carlos Augusto D' Oeynhausen, Governador Capitão General da Capitania de São Paulo à Thomaz Antonio de Vila Nova, solicitando deferimento do requerimento de Antonio da Silva Prado e outros à S. Majestade e comunicação da Real Resolução e representação do Capitão Antonio da Silva Prado, com outros da cidade de São Paulo à S. Majestade, solicitando conceder-lhes isenção de direitos de importação na alfândega do Porto de Santos, possibilitando negociação mercantil da escravatura de Moçambique a preços reduzidos e beneficiando a agricultura e o comércio na Capitania de São Paulo, como ocorreu nas Províncias do Pará e Ceará. São Paulo, 11 set.1820. 11p. (cm/SBH ) Pi 773/30:83 P37.
1395 - Representação de João Carlos Augusto D' Oeynhausen, Governador Capitão General da Capitania de São Paulo a Thomaz Antonio de Vilanova, Portugal, referindo-se a um ofício remetido anteriormente, no qual intercedia à S. Majestade por Antonio da Silva Prado, negociante e outros sócios, quanto ao comércio de escravos da Costa de Moçambique e a isenção dos direitos de importação. São Paulo, 11 dez.1820. 3p. (cm/SBH) Pi 794/30:268 P37
1396 - [Correspondência] de João José Rodrigues Vareiro a S. Majestade informando sobre representação do Governador Capitão General da Província de São Paulo acompanhando o requerimento de Antonio de Sousa Prado, negociante e outros sócios interessados em uma nova empresa de navegação de escravos da Costa de Moçambique para o Porto de Santos, solicitando isenção dos direitos de importação em favor da mesma sociedade, possibilitando a vinda de escravos a preços reduzidos e favorecendo a agricultura na Província de São Paulo. Contadoria Geral da 2ª Repartição do Real Erário, 27 set.1820. 5p. (cm/SBH) Pi 795/30:272 P37
http://www.unicamp.br/siarq/pesquisa/guia/catalogo_sbh_publicacao.pdf
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