Luiz Geraldo Silva
Departamento de História/UFPR
Em primeiro lugar, considerar-se-á os projetos formulados pelo reformismo ilustrado na segunda metade do século XVIII e inícios do século seguinte, a exemplo do elaborado pelo marquês do Lavradio, o qual consistia em suprimir a oficialidade de cor e subordinar os batalhões negros a legiões mais amplas, comandadas por oficiais brancos regressos das tropas de Ordenanças. Tais projetos foram encaminhados em Pernambuco a partir do governo de José César de Meneses (1774-1787), o qual evocara, em abril de 1782, exemplos de outras partes do império para fundamentar sua proposta: “bem se vê que na Índia, onde servi posto de 7 anos, as Companhias de Sipais, cujo exercício é o mesmo que dos Henriques, que correspondem aos Pardos e Pretos nesta capitania, sempre os seus Capitães são brancos e tirados da Tropa”. Ademais, lembrava ainda Meneses do exemplo baseado no que “louvavelmente ordenou no Rio de Janeiro o Marquês de Lavradio, pois me consta fizera os oficiais maiores dos Corpos em que estão homens brancos e de cuja honra se podem fiar”.26 -pag21 .
Nessa mesma linha atuou o governador ilustrado Caetano Pinto de Miranda Montenegro (1804-1817), segundo o qual não se deveria excluir sumariamente aqueles corpos, “tirando toda a esperança de acesso” aos “pretos” e “pardos”, posto que este “era um daqueles remédios violentos, e irritantes, que produzem muitas vezes efeitos contrários”.
“No Brasil”, como sugere Blackburn, “as pessoas de cor livres foram recrutados para a milícia e para o exército regular, e poderiam receber cartas patentes — algo que seria impensável na América do Norte colonial. Enquanto os brancos muitas vezes entenderam o serviço militar como uma obrigação onerosa, os negros livres e mulatos viram aqueles encargos como privilégios cívicos” (Blackburn 1997: 492-493). pag 27.
http://people.ufpr.br/~lgeraldo/PROJETO%20DE%20PESQUISA%202005%202.pdf
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