Em mais uma pesquisa, encontramos no jornal CORREIO PAULISTANO, de 1907, uma matéria que alguns trechos vamos reproduzir:
"É um pedaço da África. As relíquias da pobre raça impellida pela civilização cosmopolita que invadiu a cidade, ao depois de 88, foi dar alli naquela furna. Uma linha de casebres borda as margens do riacho. O valle é fundo e estreito...... Cabras soltas na estrada, pretinhos semi-nus fazendo gaiolas, chibarros de longa barba ao pé dos velhos de carapinha embranquecida e lábio grosso de que pende o cachimbo, dão áquelle recanto uns ares do Congo. Alli pae Antonio, cujas mandingas celebram os supersticiosos de Pinheiros, de Santo Amaro, da várzea e até do Tabôa, pratica os seus mysterios e tange o urucungo, apoiando ao ventre rugoso e despido a cabaça resonanta. As casas são pequenas; as portas baixas...... os que vieram nos navios negreiros, que plantaram o café, que cevaram este solo de suor e lágrimas, accumulados alli, como o rebutalho da cidade, no fundo lobrego de um valle."
Sim, em 1907, um senhor mandingueiro (de acordo com o texto, um feiticeiro poderoso) já tocava seu berimbau (urucungo) pertinho da gente. Provavelmente em um outro zungu, ancestral ao nosso.
http://zungucapoeira.blogspot.com/2008/08/o-berimbau-j-tocava-no-bixiga-h-mais-de.html
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