As Maltas de Capoeira

DISENHO:Revista Guimaraes,vol 59p70 Gravura nº 39 do catálogo . Portugal


Jairo J. Junior é Secretário de Organização do Comitê Estadual do PCdoB-SP. Ass. Técnico da Assembléia Legislativa de São Paulo. Sambista e estudioso do Esporte no Brasil.


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22/07/2002


Muitos falam da formação das maltas após a Abolição dos escravos em 1888, quando os negros "livres" e sem emprego, moradia e alimentação, começam a organizar-se em grupos para saquear e roubar mas, na verdade, ela é anterior a esse período. As primeiras maltas começaram a organizar-se por volta do século XIX, mais ou menos em 1850, quando a capoeira começa a espalhar-se pelo Rio de Janeiro e absorver outros grupos, dentre eles imigrantes portugueses, negros libertos, intelectuais, policiais, jovens da elite, etc. Então, podemos concluir que as maltas não eram organizações apenas de negros escravos pois, haviam mulatos, pardos, brancos, homens livres e libertos, artesãos, estrangeiros, vendedores e ambulantes, na sua composição.Assim como em todo grupo, havia uma organização interna nas maltas: Caxinguelês ou carrapetas, que eram os menores aprendizes, capoeira amadores, os que não se alinhavam nas gangues, capoeiras profissionais que conviviam no interior das maltas e os chefes das maltas.Para ingressar nas maltas era necessário prestar um juramento solene nas torres da igreja. Para ser chefe das maltas era preciso haver consenso no grupo, era necessário que o indivíduo tivesse prestígio na malta e na sociedade, possuísse algumas qualidades, dentre elas a valentia, a força, a bravura e a prudência.Como vimos anteriormente, havia várias maltas no Rio de Janeiro. Cada uma comandava uma região. Mas dentro destas maltas tiveram duas que mais se destacavam: os Guaimuns e os Nagoas.


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