Os estudiosos do frevo, embora discordando nos pormenores, são unânimes em concordar que as origens do passo (as figurações improvisadas pelos dançarinos ao som da música) se prendem à
presença de capoeiras à frente dos desfiles das duas mais famosas bandas militares do Recife da segunda metade do séc. XIX: a banda do 4º Batalhão de Artilharia, chamada o Quarto, e a da Guarda Nacional, conhecida por Espanha por ter como mestre o músico espanhol Pedro
Garrido.
Ao ritmo certamente marcial dessas bandas, os capoeiras do Recife além de começarem a transformar seu gingado em dança, improvisavam versos de desafio ao grupo rival, como os da quadra coligida pelo folclorista Pereira da Costa:
“Viva o Quarto
Morra Espanha,
Cabeça seca
É quem apanha”.
E após explicar a expressão cabeça seca como xingamento aos adversários, uma vez que os escravos eram obrigados a recolher-se às nove da noite, não chegando assim a molhar a cabeça com o sereno, o mesmo autor explicava que, quando acontecia de a música executada
não se prestar à elaboração de quadras desse tipo, os capoeiras ritmavam seus volteios e negaças com palavras curtas, aparentemente desconexas, mas de sentimento bastante concreto para os adversários:
“Cresceu,
Caiu!
Partiu
Morreu!”
Ora, é de supor-se que, estabelecida essa íntima relação entre as figurações coreográficas dos capoeiras e a música executada pelas bandas em passeata, os próprios instrumentistas não deixariam de se influenciar pelos desenhos das bruscas paradas, quedas, avanços acelerados, dobras de corpo e descaídas dos dançarinos, para promover sob sua sugestão “a sucessão galopante de semicolcheias, os imprevistos das síncopas, as alturas da tessitura, as negaças da
linha melódica”, a que se refere Valdemar de Oliveira em seu livro Frevo, capoeira e passo.
ftp://ftp.fnde.gov.br/web/pcn/pa_ter_qua_ciclos_volume_02.pdf
presença de capoeiras à frente dos desfiles das duas mais famosas bandas militares do Recife da segunda metade do séc. XIX: a banda do 4º Batalhão de Artilharia, chamada o Quarto, e a da Guarda Nacional, conhecida por Espanha por ter como mestre o músico espanhol Pedro
Garrido.
Ao ritmo certamente marcial dessas bandas, os capoeiras do Recife além de começarem a transformar seu gingado em dança, improvisavam versos de desafio ao grupo rival, como os da quadra coligida pelo folclorista Pereira da Costa:
“Viva o Quarto
Morra Espanha,
Cabeça seca
É quem apanha”.
E após explicar a expressão cabeça seca como xingamento aos adversários, uma vez que os escravos eram obrigados a recolher-se às nove da noite, não chegando assim a molhar a cabeça com o sereno, o mesmo autor explicava que, quando acontecia de a música executada
não se prestar à elaboração de quadras desse tipo, os capoeiras ritmavam seus volteios e negaças com palavras curtas, aparentemente desconexas, mas de sentimento bastante concreto para os adversários:
“Cresceu,
Caiu!
Partiu
Morreu!”
Ora, é de supor-se que, estabelecida essa íntima relação entre as figurações coreográficas dos capoeiras e a música executada pelas bandas em passeata, os próprios instrumentistas não deixariam de se influenciar pelos desenhos das bruscas paradas, quedas, avanços acelerados, dobras de corpo e descaídas dos dançarinos, para promover sob sua sugestão “a sucessão galopante de semicolcheias, os imprevistos das síncopas, as alturas da tessitura, as negaças da
linha melódica”, a que se refere Valdemar de Oliveira em seu livro Frevo, capoeira e passo.
ftp://ftp.fnde.gov.br/web/pcn/pa_ter_qua_ciclos_volume_02.pdf
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