MARINHEIROS, PORTOS E SOCIABILIDADES: O BRASIL E A ASCENSÃO DO ATLÂNTICO SUL (1780-1850).1
José Carlos Barreiro.2
Congresso Internacional da Brasa, 2006
Entre 1828 e 1833 foram apresentadas pelos Ministros da Marinha, sugestões de mandar certo número de jovens oficiais brasileiros para servirem como voluntários em França e na Inglaterra à custa do Estado. Caberia também a eles inteirarem-se das novidades tecnológicas e pesquisarem a estrutura e o funcionamento da Força Naval dessas nações, apresentando os resultados por escrito para a Marinha brasileira 35. Esta prática teve continuidade, tendo sido enviados vários Segundos Tenentes para navios norte americanos e ingleses, por volta de meados do século XIX. Os Ministros avaliavam positivamente os resultados desse tipo de treinamento, bem como o material trazido pelos oficiais para ser aproveitado na organização da marinha brasileira 36.
A segunda providência igualmente importante na formação de uma elite preparada para subordinar os marinheiros à disciplina no processo de trabalho, foi também sendo implementada logo no início da formação da Marinha. Talvez a instituição mais importante para atender a esses objetivos tenha sido a Academia dos Guarda Marinhas.
O seu caráter elitista foi desde logo evidenciado 37
37 Esse elitismo da Marinha brasileira tem raízes históricas e vinha da tradição da estrutura organizacional da Marinha portuguesa. Pelo regulamento português de 1782 da Academia Real da Marinha, exigia-se, para ser Guarda-Marinha, que o candidato fosse fidalgo ou filho de oficial da Marinha ou do Exército. Essa estrutura elitista foi transplantada legal e materialmente para o Brasil em 1807. Uma das naus que compunha a frota que trouxe a família real, a do Conde Dom Henrique(ver gráfico), transportou toda a Academia Real dos Guarda-Marinhas para o Brasil. Com a Independência, 98 desses oficiais portugueses aderiram à causa brasileira, não o fazendo apenas 27. Essa formação elitista da Marinha, chefiada à época pelo Lorde Thomas Alexander Cochrane, completa-se com a contratação de 19 altos oficiais da Inglaterra e 3 da França. Cf. Boiteux, H. Os nossos almirantes. Rio de Janeiro, Imprensa Naval, 1915; Paula, E. S. de “A Marinha”. In: Holanda, S. B. de (Org.) O Brasil Monárquico. Tomo II. Vol. 4. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1971; Carvalho, J. M. “As Forças Armadas na Primeira República: o poder desestabilizador. In: Fausto, B. (Org.) O Brasil Republicano. Tomo III, vol. 2. Rio de Janeiro, Difel, 1977, p. 189; Azevedo, A. M. “Lorde Cochrane, primeiro almirante brasileiro”. Revista de História. São Paulo, 1954, 19: 101-130; Fonseca, C. da A evolução da Marinha brasileira. Sinopse, 1822-1958. Rio de Janeiro, 1961, p. 7, 9 e 20.
http://74.125.77.132/search?q=cache:aVlpJKL7HpUJ:sitemason.vanderbilt.edu/files/ew6hAQ/Barreiro.doc+marinheiros+brasileiros.+Estrangeiros&hl=es&ct=clnk&cd=5&gl=es
José Carlos Barreiro.2
Congresso Internacional da Brasa, 2006
Entre 1828 e 1833 foram apresentadas pelos Ministros da Marinha, sugestões de mandar certo número de jovens oficiais brasileiros para servirem como voluntários em França e na Inglaterra à custa do Estado. Caberia também a eles inteirarem-se das novidades tecnológicas e pesquisarem a estrutura e o funcionamento da Força Naval dessas nações, apresentando os resultados por escrito para a Marinha brasileira 35. Esta prática teve continuidade, tendo sido enviados vários Segundos Tenentes para navios norte americanos e ingleses, por volta de meados do século XIX. Os Ministros avaliavam positivamente os resultados desse tipo de treinamento, bem como o material trazido pelos oficiais para ser aproveitado na organização da marinha brasileira 36.
A segunda providência igualmente importante na formação de uma elite preparada para subordinar os marinheiros à disciplina no processo de trabalho, foi também sendo implementada logo no início da formação da Marinha. Talvez a instituição mais importante para atender a esses objetivos tenha sido a Academia dos Guarda Marinhas.
O seu caráter elitista foi desde logo evidenciado 37
37 Esse elitismo da Marinha brasileira tem raízes históricas e vinha da tradição da estrutura organizacional da Marinha portuguesa. Pelo regulamento português de 1782 da Academia Real da Marinha, exigia-se, para ser Guarda-Marinha, que o candidato fosse fidalgo ou filho de oficial da Marinha ou do Exército. Essa estrutura elitista foi transplantada legal e materialmente para o Brasil em 1807. Uma das naus que compunha a frota que trouxe a família real, a do Conde Dom Henrique(ver gráfico), transportou toda a Academia Real dos Guarda-Marinhas para o Brasil. Com a Independência, 98 desses oficiais portugueses aderiram à causa brasileira, não o fazendo apenas 27. Essa formação elitista da Marinha, chefiada à época pelo Lorde Thomas Alexander Cochrane, completa-se com a contratação de 19 altos oficiais da Inglaterra e 3 da França. Cf. Boiteux, H. Os nossos almirantes. Rio de Janeiro, Imprensa Naval, 1915; Paula, E. S. de “A Marinha”. In: Holanda, S. B. de (Org.) O Brasil Monárquico. Tomo II. Vol. 4. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1971; Carvalho, J. M. “As Forças Armadas na Primeira República: o poder desestabilizador. In: Fausto, B. (Org.) O Brasil Republicano. Tomo III, vol. 2. Rio de Janeiro, Difel, 1977, p. 189; Azevedo, A. M. “Lorde Cochrane, primeiro almirante brasileiro”. Revista de História. São Paulo, 1954, 19: 101-130; Fonseca, C. da A evolução da Marinha brasileira. Sinopse, 1822-1958. Rio de Janeiro, 1961, p. 7, 9 e 20.
http://74.125.77.132/search?q=cache:aVlpJKL7HpUJ:sitemason.vanderbilt.edu/files/ew6hAQ/Barreiro.doc+marinheiros+brasileiros.+Estrangeiros&hl=es&ct=clnk&cd=5&gl=es
FUENTE DEL GRÁFICO:http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=257
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