martes, 13 de enero de 2009

A dinâmica da capoeira no Rio de Janeiro


A CAPOEIRA NO RIO DE JANEIRO 1910 – 1950: NARRATIVAS DE MESTRE CELSO
Gabriel da Silva Vidal Cid Graduando em História da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO)

....Depois de vinte anos passados do fim do trafico atlântico – legal – de negros, a capoeira deixara de ser exclusividade destes. Brancos europeus, portugueses e mestiços livres a praticavam (BRETAS, 1989:58). "O início dos anos 60 foi em particular um período crítico de transição da capoeira como um fenômeno marcadamente escravo e negro para uma capoeira mesclada de participação até de imigrantes" (SOARES, 1994: 103). Durante a segunda metade do século XIX ocorreu uma simbiose do universo da capoeiragem com o mundo militar. Aproveitavam-se os capoeiras das rixas entre militares e policiais para protegerem-se. Ao final da Guerra do Paraguai o centro de poder passa da Guarda Nacional para o Exército. Não foram poucos os feitos heróicos realizados por soldados capoeiras durante a guerra. São variados os relatos, inclusive de oficiais, de admiração aos soldados e a capoeira. Durante o início do século XX as instituições militares foram focos da prática da capoeira.
A partir da década de 50 do século XIX se consolidam as mudanças: ampliação do espaço para atividade secundária e terciária, juntamente com o crescimento de segmentos livres, e com ele a ‘viração’. Essa ampliação de espaço deu oportunidade também à constituição de um mercado onde se ofereciam e compravam ‘experiências’, assim como já ocorria com o jogo da força de trabalho. Essas experiências adquiridas no cotidiano da viração e da vadiagem, ganharam um valor de troca. Assim, as habilidades da capoeiragem passaram a ser compradas pelo jogo político partidário. A capoeira a serviço de liberais e conservadores foi um eficiente instrumento de pressão no processo eleitoral (DIAS, 1993: 127). Por vezes os poderes se misturavam, como vemos neste comentário de cronista da Revista Ilustrada, 1878, n.º 124:

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