jueves, 18 de diciembre de 2008

Marco Antonio de Azevedo -Cipaios de Moçambique

LIBRO:Ser nobre na colônia Escrito por Maria Beatriz Nizza da Silva.(PAG 286)
http://books.google.com/books?id=bmOekh8sWgQC&pg=PA286&lpg=PA286&dq=%22Marco+Ant%C3%B3nio+de+Azevedo+Coutinho+Montaury%22&source=bl&ots=3FZhUNHo1p&sig=5iJrKvzUnvIJbcnPpvI-aLJRehY&hl=es&sa=X&oi=book_result&resnum=2&ct=result
Perante a crescente instabilidade político-militar na região, em 1762, o governador dos Rios de Sena, Marco António de Azevedo Coutinho Montaury, que servira vários anos em Goa, propôs a importação de corpos de cipaios da Índia. Aqui existia uma já longa tradição de recrutamento de
soldados naturais, designados lascarins ou cipaios 9 , para as forças regula-res do exército português. O governante argumentava com os altos custos do transporte das tropas europeias, desperdiçadas em Moçambique pelas elevadas taxas de morbilidade e mortalidade. Considerou inviável o recurso aos “filhos da terra”, os patrícios, dadas as desconfianças suscitadas pela sua lealdade política. A favor dos cipaios salientou a experiência militar adquirida nos combates nos matos, com armas de fogo e rodelas, apropria- das para acometer os inimigos na África Oriental. Prevenindo a possibilida- de de estes soldados, maioritariamente hindus e muçulmanos, difundirem a sua religião entre a população africana, o tenente-general advogava que fossem escolhidos apenas entre os católicos. Os duzentos cipaios, forma- dos em quatro companhias, cada uma com dois oficiais, distribuir-se-iam por Sofala, Inhambane, Sena e Mossuril 10.
Este projecto propendia, assim, para resolução num quadro regio-nal do problema da escassez de soldados no reino e da sua, agora, sugeridaineficácia nas guerras de África. Durante os séculos anteriores, o alistamen-to de indivíduos de Goa, luso-indianos ou canarins católicos11, para servi-rem em Moçambique fora comum, atento não só o facto de esta colónia integrar o Estado da Índia, como também o constante fluxo de mercadorias e de gente entre as duas margens do Índico.
A proposta de Montaury foi secundada pelo governador-geral Pedro de Saldanha de Albuquerque (1758-1763) e encontrou acolhimento na corte, donde seguiram ordens para o vice-rei da Índia, D. Manuel de Saldanha de Albuquerque, remeter soldados para Moçambique. Eles deveriam ser rendidos no fim da sua comissão e seriam autorizados a transportar as mu-lheres
12. Todavia, o processo foi retardado em Goa, cuja administração de-frontava igualmente inimigos em várias frentes e dificuldades em recrutar soldados para servirem em Moçambique por baixos soldos.
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/historia/article/viewFile/7945/5594

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