martes, 9 de diciembre de 2008

Famílias Católicas Goesas:

O século XIX terá sido talvez um dos mais importantes momentos de viragem para os Goeses. Como se refere Vimala Devi e Manuel Seabra147: A luta entre os luso-descendentes e brâmanes católicos durante muito tempo manteve-se indecisa, com vantagens nítidas para os descendentes, que, primeiro, fizeram uso da Inquisição como arma de predomínio político, e depois do Exército da Índia. A sufocada conspiração de 1787 – cujos cabeças eram todos brâmanes católicos – parece não ter passado de um pretexto para os descendentes liquidarem a intelligentsia brâmane, que começava, lentamente, a conquistar lugares de predomínio social após as Instruções de Pombal.As notícias do movimento de 1820 chegam a Goa, e os brâmanes, animados pelas possibilidades oferecidas pelo liberalismo, após cerca de trinta anos no silêncio que os esquartejamentos de 1787 impuseram, voltam a surgir como uma nova força política que vem dar matiz diferente à luta que estava a travar-se apenas entre reinóis (liberais) e luso-descendentes (na sua maioria, absolutistas). Os brâmanes jogaram a sua sorte, como era natural, com a dos reinóis, e foram bons jogadores. Para começar, conseguiram eleger, em 1822, dois brâmanes deputados às cortes: Bernardo Peres da Silva, de Neurá, e Constâncio Roque da Costa, de Margão148.
Bernardo Peres da Silva, figura incontornável para os Goeses, depois de exilado em Inglaterra e depois no Brasil durante a ocupação do trono por D. Miguel, regressa a Portugal em 1834, ao subir ao trono D. Pedro IV. Nesse mesmo ano apresentou ao monarca um memorial sobre Goa e logo a seguir foi nomeado Prefeito dos Estados da Índia, cargo correspondente ao de Vice-Rei ou Governador149. É o primeiro indígena a ocupar tão alto cargo em pouco mais de três séculos de governação Portuguesa. O seu governo é curto, não dura mais do que 15 dias. É deposto e deportado pelos luso-descendentes que vêm ameaçadas as instituições e regime que os protege e alimenta, entre os quais se encontra o Exército da Índia150.
http://www.arcip.org/Frames/FamiliasGoesasCatolicas_PedroCosta.doc

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