É importante ressaltar que a promessa de alforria soou como absolutamente sedutora e convidativa aos escravos, na época, movidos por esse convite. Muitos fizeram do exército rota final de fuga do cativeiro, como relata o Jornal "O PARAYBANO":
"Fugiu no dia 14 do corrente o preto Antônio, creoulo, escravo de Inocêncio Gomes de Assunção, morador na Freguesia de Santo Antônio da Encruzilhada (...) este escravo disse que havia de fazer o possível para ir ao Paraguai; por isso pede-se aos Srs. pedestres toda a vigilância, a fim de ser capturado (...)".
Durante o ano de 1869 ainda se recrutavam capoeiras para as fileiras militares e isso gerava situações bastante constrangedoras para a força policial. Na cidade acontecia, às vezes, ver-se um fardado exacerbando por puro despreparo. O Comportamento de desacato era constante e comum. A hierarquia sempre quebrada. Consta que quatro soldados da Guarda Nacional foram presos por fazerem parte de uma malta de capoeiras e causarem distúrbios no "Largo da Lapa". Fatos como esse acabavam por gerar um clima de confronto com a autoridade policial, responsabilizada de aprisionar soldados baderneiros. Por outro lado, o comportamento desses despreparados conspirava contra a ordem pública. Do confronto das forças legais com marginais, praticantes de atos delituosos, resultou abalos no poder oficial constituído.
O capoeira, ao voltar da guerra inaugura uma fase de grandes e perigosos choques na cidade do Rio de Janeiro. Choques não só entre si, mas também, com a força policial. No dia 18 de abril uma malta de capoeiras aproveitou-se de reunião popular, quando do desfile do batalhão militar, para promover correrias, criando pânico e fazendo feridos. Os capoeiras receberam antigos companheiros, ou evitavam algum retorno ao antigo lugar de liderança, ora na malta, ocupado por outra pessoa, logicamente indesejável. O alvoroço foi geral, muita gente se machucou resultando em trabalho para as autoridades, que buscaram contê-los, como podemos constatar:
"Do Campo da Aclamação até o Quartel do Cortume, isto é, no espaço que foi percorrido pelos bravos defensores e mártires da pátria correu sangue inocente... pelas mãos assassinas desses malfeitores sem coração e sem alma, conhecidos pelo nome de capoeiras...".
BRETAS, Marcos L.. A queda do Império da Navalha e da rasteira A República e os capoeiras. In: Revista Estudos Afro-asiáticos. Rio de Janeiro, nº 20, p. 239-257. HOLLOWAY, Thomas H. A. Healthy Terror: Police repression of capoeira in ninnetenth century. Rio de Janeiro, In: Hispanic American historical Reviw, 69:4, 1989, Duke Universiy Press., passim.
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/
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