Levantou-se então o seminário e a igreja de S. Domingos, onde se formariam padres para pregar a fé por toda aquela costa do cabo das Correntes até ao cabo Delgado e Ilha de São Lourenço, 8 anos depois, em 1756, começava a funcionar.
A vida em Moçambique era muito cara «pera a carertia da terra que de tudo é falta». Por isso, os religiosos receberão l tostão por dia.
Durante os ataques holandeses à Ilha de Moçambique no início do século XVII(1607-1608) e dos árabes e turcos no início do século XVIII, a fortaleza cumpriu a sua função justificando amplamente os investimentos feitos ao longo de meio século.
A grande cisterna com capacidade para duas mil pipas, herdeira da construída na cidadela de Mazagão, no Marrocos Atlântico, tornou-se vital perante a falta de víveres e água doce que sempre atormentou as guarnições da Ilha:
No anno de 1607, governando a a índia o arcebispo Dom frei Aleixo de Menezes e aquella praça Dom Estevão de Atayde, foi serquada a fortaleza por oito naos de holandeses que desembarcando em terra a baterão por algum tempo (...) mas vendo que a não podiam entrar, se recolherão às naos destruindo primeiro tudo o que ficava fora da fortaleza.
O convento, como estava fora de portas, foi arrasado, tendo os religiosos refeito o edifício em 1607 bem longe da fortaleza.
A partir do início do século XVIII, a actividade comercial na área desloca-se para a região da Zambézia, tornando-se a Ilha apenas num entreposto asiático com o governador dependente de Goa, situação que se manterá até 1752, ano em que se cria a capitania-geral de Moçambique, separando-se definitivamente a administração da Ilha do governo da índia.
Em 1753, por decisão do Marquês de Pombal, a Ilha torna-se a capital de Moçambique colónia, vivendo do tráfico de escravos macuas até 1819. Durante o império chegavam ao Brasil, a esta cidade do Rio de Janeiro, vindos da Ilha, vinte navios por ano carregados de escravos. Também as ilhas Mascarenhas recém-plantadas de café pelos franceses adquiriam escravos que eram pagos com patacas de prata, sobretudo desde o fim do primeiro quartel do século XVIII e até 1794.
http://www.macua.org/coloquio/MUHIPITI_Rui_Casquilho.htm
FUENTE:* Rui Rasquilho é Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Brasília, onde também dirige o Instituto Camões. Historiador e poeta com vários títulos publicados, sendo Perfis do Silêncio o mais recente (Brasília: Thesaurus).
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