sábado, 1 de noviembre de 2008

REPENSANDO O RECLUTAMENTO MILITAR NO BRASIL IMPERIAL

Nenhum episódio comprova melhor este fato do que o relato de um inglês sobre um recrutamento em 1804: cinqüenta soldados espalharam-se pelo porto de Salvador em busca de marinheiros para um navio de guerra. Agiram “com toda a brutalidade que requer tal transgressão dos direitos da humanidade.” “O susto da apreensão provocou convulsões” em um marujo. Enquanto “deitava em agonia, batendo a cabeça nas pedras,” os transeuntes “não prestaram socorro, apenas olharam com um encolhimento dos ombros, e não pararam”,
o que sugere que não temiam serem recrutados, nem se oporiam à prisão do homem (Lindley, 1805: 195-196). É fácil documentar que homens como o desgraçado marinheiro resistiam ao recrutamento por vários meios:
escondiam-se das autoridades, fugiam das prisões, reagiam violentamente aos recrutadores, fingiam problemas de saúde. Também pode-se documentar o uso de documentos falsos, casamentos precipitados e falsas alegações de serem escravos ou membros da Guarda Nacional para esquivarem-se do serviço militar.50
A continuada existência fora das redes de patronato de muitos homens — as autoridades nunca cessavam suas “jeremiadas” sobre os vadios pode ser também compreendida como resistência às pressões que impeliam-nos à dependência, e é em si prova da capacidade limitada do recrutamento para o controle da “vadiagem” e a manutenção da “ordem” (Fraga Filho, 1996: cap. 8- pag17 y 18.
http://www.dialogos.uem.br/include/getdoc.php?id=156&article=52&mode=pdf.

No hay comentarios: