Dois edifícios evocadores: "A Tribuna "publicou este artigo na série Santos noutros Tempos, na página 19 (capa do segundo caderno) da edição de 10 de junho de 1951 (ortografia atualizada nesta transcrição):
Costa e Silva Sobrinho
Costa e Silva Sobrinho
No prédio da Rua Tuiuti esteve durante muitos anos a firma Teles Neto & Cia., de cujo armazém era chefe José Domingues Martins, mais conhecido na praça por J.D. Nessa casa, defronte de uma das portas do armazém, aconteceu um dia um fato que fez estrondo, segundo nos conta Henrique Porchat de Assis.
José Domingues Martins fora procurado ali por Eduardo Antônio Domingues da Luz, artífice que fazia trabalho ao torno e empreitava obras. Era este um tipo impagável. Ninguém, absolutamente ninguém, em Santos, tinha uma fisionomia igual à dele. Possuía um formidável nariz virgiliano. Lábios grossos, bigode de guias longas e retorcidas, e uma pera de chibo, rala e ruiva, que lhe tremia no queixo quando ficava zangado. Os cabelos crescidos surdiam-lhe de sob um chapéu de abas longas. Enroscava-se, no seu colarinho de bicos compridos, uma grande gravata de cetim quase sempre lilás. Usava, enfim, calças muito justas, jaquetão, e botinas de elástico.
Os seus requerimentos à Prefeitura, quando precisava de licença para iniciar as construções, eram escritos no estilo mais arrebicado deste mundo. Faziam rir às gargalhadas quem quer que os lesse.
Pois bem. Esse homem tinha às vezes os seus rompantes. Tornava-se grosseiro e malcriado.
Desaveio-se naquela ocasião com o J.D., e este, que era bom capoeira, correu-lhe o pé, estendendo-o ao comprido no chão. Nesse dia o valentão de rópia e chulice pensou no adágio: "Braguês com braguês, e cortês com cortês..." Tornou-se daí em diante delicado e acolhedor!
José Domingues Martins fora procurado ali por Eduardo Antônio Domingues da Luz, artífice que fazia trabalho ao torno e empreitava obras. Era este um tipo impagável. Ninguém, absolutamente ninguém, em Santos, tinha uma fisionomia igual à dele. Possuía um formidável nariz virgiliano. Lábios grossos, bigode de guias longas e retorcidas, e uma pera de chibo, rala e ruiva, que lhe tremia no queixo quando ficava zangado. Os cabelos crescidos surdiam-lhe de sob um chapéu de abas longas. Enroscava-se, no seu colarinho de bicos compridos, uma grande gravata de cetim quase sempre lilás. Usava, enfim, calças muito justas, jaquetão, e botinas de elástico.
Os seus requerimentos à Prefeitura, quando precisava de licença para iniciar as construções, eram escritos no estilo mais arrebicado deste mundo. Faziam rir às gargalhadas quem quer que os lesse.
Pois bem. Esse homem tinha às vezes os seus rompantes. Tornava-se grosseiro e malcriado.
Desaveio-se naquela ocasião com o J.D., e este, que era bom capoeira, correu-lhe o pé, estendendo-o ao comprido no chão. Nesse dia o valentão de rópia e chulice pensou no adágio: "Braguês com braguês, e cortês com cortês..." Tornou-se daí em diante delicado e acolhedor!
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