foto: Dança dos Pauliteiros (Miranda do Douro). Os marinheiros e a soldadesca que pelo mundo fora andavam largos meses e, às vezes, até anos, ao regressar à Pátria traziam consigo as danças exóticas dos povos ultramarinos por onde andavam, danças que difundiam entre a sua e nossa gente e que logo eram assimiladas e transformadas. O mesmo acontecia com os escravos que, mesmo fixados em Portugal, não abandonavam as suas danças que o nosso povo logo copiava e assimilava. A partir do século XVI
com os escravos vindos de África e depois, no século XVIII, com a criadagem e os escravos negros vindos do Brasil, as danças populares portuguesas conquistam novos ritmos, novos passos, novos movimentos que muito alteram a sua fisionomia tradicional.
com os escravos vindos de África e depois, no século XVIII, com a criadagem e os escravos negros vindos do Brasil, as danças populares portuguesas conquistam novos ritmos, novos passos, novos movimentos que muito alteram a sua fisionomia tradicional.
............. Originárias de arcaicas civilizações e antigas culturas pagãs e primitivas, moldadas por factores culturais hispano-godos e por um mundo espiritual, cultural e social construído e imposto pela Igreja, miscigenadas de elementos judaicos e mouriscos e, mais tarde, de elementos exóticos ultramarinos, influenciadas por elementos palacianos e eruditos, aculturadas (por via
burguesa) por danças estrangeiras ― nem por força deste complexo etno-cultural as danças populares portuguesas de hoje deixam de possuir a sua fisionomia e o seu carácter próprios, deixam de ser originais e bem expressivas do povo que as reteve, transformou e ainda executa.
burguesa) por danças estrangeiras ― nem por força deste complexo etno-cultural as danças populares portuguesas de hoje deixam de possuir a sua fisionomia e o seu carácter próprios, deixam de ser originais e bem expressivas do povo que as reteve, transformou e ainda executa.
Danças guerreiras
.............Reminiscências das «danças de espadas» agora executadas com paus encontramos em algumas «danças de paulitos» de Trás-os-Montes, da Beira Baixa e do Algarve. Pessoalmente, cremos que as «danças de paulitos» ainda por vezes, embora já hoje muito raramente, executadas na Beira Baixa e no Algarve são reminiscências das danças dramáticas e pantomimas de lutas entre turcos (mouros) e cristãos que faziam parte da representação de certos autos novelescos e de cavalaria.
Quanto à famosa e de aspecto tão céltico «dança dos pauliteiros de Miranda do Douro» supomos tratar-se de uma muito primitiva e arcaica dança guerreira ritualista transformada por imposição da Igreja em dança religiosa, possivelmente processional, ou talvez apenas uma reminiscência céltica da pírrica greco-romana.
.............Reminiscências das «danças de espadas» agora executadas com paus encontramos em algumas «danças de paulitos» de Trás-os-Montes, da Beira Baixa e do Algarve. Pessoalmente, cremos que as «danças de paulitos» ainda por vezes, embora já hoje muito raramente, executadas na Beira Baixa e no Algarve são reminiscências das danças dramáticas e pantomimas de lutas entre turcos (mouros) e cristãos que faziam parte da representação de certos autos novelescos e de cavalaria.
Quanto à famosa e de aspecto tão céltico «dança dos pauliteiros de Miranda do Douro» supomos tratar-se de uma muito primitiva e arcaica dança guerreira ritualista transformada por imposição da Igreja em dança religiosa, possivelmente processional, ou talvez apenas uma reminiscência céltica da pírrica greco-romana.
..................... A voga do fandango entre os portugueses está de tal maneira arreigada no seu gosto que o levaram para o Brasil. Nos estados do Nordeste brasileiro baila-se o fandango; porém, nessas regiões não lhe dão tal nome, mas sim outros nomes que bem denotam que foram os
portugueses que para lá levaram essa dança: «bailado dos marujos», «dança dos marujos», «marujada», «chegança dos marujos» ou «barca». No Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (terras do Brasil), a palavra «fandango» quer dizer «festa», «baile» ou, simplesmente, «reunião onde se dança».
portugueses que para lá levaram essa dança: «bailado dos marujos», «dança dos marujos», «marujada», «chegança dos marujos» ou «barca». No Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (terras do Brasil), a palavra «fandango» quer dizer «festa», «baile» ou, simplesmente, «reunião onde se dança».
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