Nessa escultura em barro feita em São Paulo em começos do séc. XVIII, São Bento assume a aparência de um monge chinês ( Mosteiro de São Bento, São Paulo)
Imagens do Livro de José Roberto Teixeira Leite A China no Brasil • Influências, marcas, ecos e sobrevivências chinesas na sociedade e na arte brasileira Editora da Unicamp, que gentilmente autorizou a disponibilização destas imagens neste site
http://www.fundaj.gov.br/china/china03.html
A CHINA NO BRASIL José Roberto Teixeira Leite.
Fonte: LEITE, José Roberto Teixeira. Introdução: A China no Brasil. In: ______. A China no Brasil: influências, marcas, ecos e sobrevivências chinesas na sociedade e na arte brasileiras. Campinas, SP: Ed. da Unicamp, 1999. p. 9-24
.....................Até as igrejas acusavam às vezes uma inconfundível presença chinesa: nos olhos amendoados de algum São Francisco ou São Bento, na confuciana serenidade de certos Cristos, na atitude e na postura impassíveis de certas imagens em marfim da Virgem com o Menino ou de Nossa Senhora do Rosário -Maria sempre tão parecida com a Guanyin budista, também ela Mãe da Misericórdia e Refúgio dos Aflitos...-, na forma e no corte de determinados altares, enfim nos leões funerários do Embu ou nos cães de Fo que estranhamente montam guarda junto à cruz, nos adros franciscanos de Recife e João Pessoa, Buda a se insinuar, sorrateiro, na própria casa de Cristo.
Admitido, porém; esse impacto sobre o Brasil de formas chinesas de pensar, viver, conviver, agir ou sentir, resta demonstrar de que maneira chegaram até nós e em que circunstâncias aqui se desenvolveram.
Admitido, porém; esse impacto sobre o Brasil de formas chinesas de pensar, viver, conviver, agir ou sentir, resta demonstrar de que maneira chegaram até nós e em que circunstâncias aqui se desenvolveram.
.....................São inúmeros os exemplos de funcionários da alta administração colonial lusitana que antes de virem para o Brasil exerceram cargos na Índia, na China, Molucas, Timor e em outras paragens longínquas da Ásia Portuguesa. Assim é que vários dentre os donatários das Capitanias Hereditárias instituídas no começo da colonização, bem como seus capitães e lugares-tenentes, tinham-se lá destacado por bons serviços prestados à Coroa (serviços, aliás, de que as capitanias constituíam a recompensa), podendo ser mencionados entre eles Martim Afonso de Souza e Brás Cubas (que nos trouxe da China o monjolo), Vasco Fernandes Coutinho e Jorge Menezes seu locotenente a quem, narra Vicente do Salvador, "logo os gentios fizeram tão crua guerra que lhe queimaram os engenhos e fazendas e a ele lhe mataram a frechadas, sem lhe valer ter sido tão grande capitão e que na Índia, Maluco e outras partes tinha feito muita cavalaria";6 Duarte Coelho, Francisco Pereira Coutinho, o célebre João de Barros, Aires da Cunha e muitos outros. Também o primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Femandes Sardinha, foi vigário-geral de Goa antes de chegar à Bahia, em 1552.
Digno de destaque é o caso de Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco e fundador da cidade de Olinda, o qual em 1517 estava em Cantão, dos primeiros portugueses que pisaram no solo da China, mais tarde prestou serviços na Costa da Mina e na escolta das naus que retomavam da Índia e foi embaixador em França antes de vir, em 1534, tomar possessão de suas terras no Brasil. Mais de trinta anos após suas andanças pela China, seu nome era ainda ali lembrado, como o comprova este trecho de uma carta de novembro de 1555 remetida de Macau por Fernão Mendes Pinto:
Quando ueo o dia de São Johão vinte e quatro de yunho nos nos partimos pa a china onde neste ca minho auia q escreuer do q uimos e do q pasamos onde fomos a hua Ilha q se chama pulo champalo onde o pe. dise missa iunto de hua penedia onde estaua hua crus cauada na pedra e huas letras q dizião q auia trinta e dous annos serem feitas, e segdo o dito de algus escreveuas hu duarte coelho q esta no brazil.7
Digno de destaque é o caso de Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco e fundador da cidade de Olinda, o qual em 1517 estava em Cantão, dos primeiros portugueses que pisaram no solo da China, mais tarde prestou serviços na Costa da Mina e na escolta das naus que retomavam da Índia e foi embaixador em França antes de vir, em 1534, tomar possessão de suas terras no Brasil. Mais de trinta anos após suas andanças pela China, seu nome era ainda ali lembrado, como o comprova este trecho de uma carta de novembro de 1555 remetida de Macau por Fernão Mendes Pinto:
Quando ueo o dia de São Johão vinte e quatro de yunho nos nos partimos pa a china onde neste ca minho auia q escreuer do q uimos e do q pasamos onde fomos a hua Ilha q se chama pulo champalo onde o pe. dise missa iunto de hua penedia onde estaua hua crus cauada na pedra e huas letras q dizião q auia trinta e dous annos serem feitas, e segdo o dito de algus escreveuas hu duarte coelho q esta no brazil.7
CHINESES ENTRADOS NO BRASIL 1814-1842
Fonte: LEITE, José Roberto Teixeira. Chineses entrados no Brasil 1814-1842. In: _____. A China no Brasil: influências, marcas, ecos e sobrevivências chinesas na sociedade e na arte brasileiras. Campinas, SP: Ed. da Unicamp, 1999. p. 269-275.
O presente levantamento foi realizado nos quatro volumes do Registro dos Estrangeiros publicados a partir de 1960 pelo Arquivo Nacional (v. 1: 1808-1822; 2: 1823-1830; 3: 1831-1839;4: 1840-1842). O Arquivo Nacional não possui documentos desse tipo após 1842.
Convém lembrar que, como está escrito no v. 1, "as declarações não são sempre completas e muitas vezes registram-se pessoas apenas de passagem pelo Rio de Janeiro". Na verdade, a data do registro não significa necessariamente a entrada no Brasil, pois muitos estrangeiros só foram registrados depois de anos de residência no país, enquanto outros, aqui radicados, não chegariam nunca a sê-lo.
Os chineses são portadores de nomes cristãos, e só quatro dentre eles conservam seus nomes nacionais - justamente os quatro primeiros registrados em 1814. É curioso também notar como - ao contrário do que ocorre com a grande maioria de estrangeiros de outras nacionalidades, cujos nomes são sempre acompanhados, no Registro, pelo da profissão -, um único chinês tem o seu seguido pelo de sua atividade: José Felipe Pereira, negociante. A maioria só depois da chegada obteria licença para mascatear.
O momento de maior ingresso de chineses dá-se, de acordo com o Registro, em 1825-1826; e após 1829-1830 decresce sensivelmente o número de registrados.
O presente levantamento foi realizado nos quatro volumes do Registro dos Estrangeiros publicados a partir de 1960 pelo Arquivo Nacional (v. 1: 1808-1822; 2: 1823-1830; 3: 1831-1839;4: 1840-1842). O Arquivo Nacional não possui documentos desse tipo após 1842.
Convém lembrar que, como está escrito no v. 1, "as declarações não são sempre completas e muitas vezes registram-se pessoas apenas de passagem pelo Rio de Janeiro". Na verdade, a data do registro não significa necessariamente a entrada no Brasil, pois muitos estrangeiros só foram registrados depois de anos de residência no país, enquanto outros, aqui radicados, não chegariam nunca a sê-lo.
Os chineses são portadores de nomes cristãos, e só quatro dentre eles conservam seus nomes nacionais - justamente os quatro primeiros registrados em 1814. É curioso também notar como - ao contrário do que ocorre com a grande maioria de estrangeiros de outras nacionalidades, cujos nomes são sempre acompanhados, no Registro, pelo da profissão -, um único chinês tem o seu seguido pelo de sua atividade: José Felipe Pereira, negociante. A maioria só depois da chegada obteria licença para mascatear.
O momento de maior ingresso de chineses dá-se, de acordo com o Registro, em 1825-1826; e após 1829-1830 decresce sensivelmente o número de registrados.
......................Rio de Janro. aos 6 de Septembro de 1819.
(Seguem-se as assinaturas de 51 chineses, com os seus nomes nacionais acompanhados dos
correspondentes portugueses) .
Não se tem notícia, até o presente momento, se dom João VI acatou ou não a pretensão
dos chineses, coisa que futuras pesquisas poderão, quem sabe, esclarecer.
VOLUME 1 (1808-1822)
LlANG Chou
MING Huang
CHIAN Chou
TSAI Huang
10.9.1814, provenientes de Caravelas
Col. 370, Livro 1, fls. 178v
PEREIRA, Joaquim
2.3.1821, participou de desordem...............continúa......
(Seguem-se as assinaturas de 51 chineses, com os seus nomes nacionais acompanhados dos
correspondentes portugueses) .
Não se tem notícia, até o presente momento, se dom João VI acatou ou não a pretensão
dos chineses, coisa que futuras pesquisas poderão, quem sabe, esclarecer.
VOLUME 1 (1808-1822)
LlANG Chou
MING Huang
CHIAN Chou
TSAI Huang
10.9.1814, provenientes de Caravelas
Col. 370, Livro 1, fls. 178v
PEREIRA, Joaquim
2.3.1821, participou de desordem...............continúa......
Duarte Coelho Pereira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Duarte Coelho foi o primeiro donatário da Capitania Hereditária de Pernambuco, e fundador de Olinda. Nasceu em Miragaia, talvez em 1485, e morreu em Portugal em 7 de agosto de 1554. Foi fidalgo, militar e administrador.
Era filho bastardo na antiga família dos Coelhos, da nobreza agrária do Entre-Douro e Minho. Sem ter um lar organizado, teria sido criado por uma tia materna que era prioresa do Mosteiro de Vila Nova de Gaia. Seu pai era Gonçalo Coelho, escrivão da Fazenda Real e comandante da expedição portuguesa que partiu para o Brasil em 1503, na qual Duarte o acompanhou. Sua mãe era Catarina Ana Duarte, uma plebéia. Em 1506, seguiu para a Índia na armada de D. Fernando Coutinho. Entre 1516 e 1517 foi embaixador no Sião e visitou a China; retornou a Portugal em 1527. Em 1531 foi de novo enviado à Índia. Em 1532, recebeu o comando da frota encarregada de afastar os franceses do litoral brasileiro. Pelos seus serviços ele recebeu, em 10 de março de 1534, a doação de 60 léguas de costa no Brasil, nos actuais estados de Pernambuco e Alagoas que formavam a maior das capitanias hereditárias, a Capitania de Pernambuco, ou Nova Lusitânia.[carece de fontes?]
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Duarte Coelho foi o primeiro donatário da Capitania Hereditária de Pernambuco, e fundador de Olinda. Nasceu em Miragaia, talvez em 1485, e morreu em Portugal em 7 de agosto de 1554. Foi fidalgo, militar e administrador.
Era filho bastardo na antiga família dos Coelhos, da nobreza agrária do Entre-Douro e Minho. Sem ter um lar organizado, teria sido criado por uma tia materna que era prioresa do Mosteiro de Vila Nova de Gaia. Seu pai era Gonçalo Coelho, escrivão da Fazenda Real e comandante da expedição portuguesa que partiu para o Brasil em 1503, na qual Duarte o acompanhou. Sua mãe era Catarina Ana Duarte, uma plebéia. Em 1506, seguiu para a Índia na armada de D. Fernando Coutinho. Entre 1516 e 1517 foi embaixador no Sião e visitou a China; retornou a Portugal em 1527. Em 1531 foi de novo enviado à Índia. Em 1532, recebeu o comando da frota encarregada de afastar os franceses do litoral brasileiro. Pelos seus serviços ele recebeu, em 10 de março de 1534, a doação de 60 léguas de costa no Brasil, nos actuais estados de Pernambuco e Alagoas que formavam a maior das capitanias hereditárias, a Capitania de Pernambuco, ou Nova Lusitânia.[carece de fontes?]
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