lunes, 2 de marzo de 2009

CIPAIOS DAÍNDIAOU SOLDADOS DATERRA?


Perante a crescente instabilidade político-militar na região, em 1762, o governador dos Rios de Sena, Marco António de Azevedo Coutinho Montaury, que servira vários anos em Goa, propôs a importação de corpos de cipaios da Índia. Aqui existia uma já longa tradição de recrutamento de soldados naturais, designados lascarins ou cipaios9, para as forças regulares do exército português. O governante argumentava com os altos custos do transporte das tropas europeias, desperdiçadas em Moçambique pelas elevadas taxas de morbilidade e mortalidade. Considerou inviável o recurso aos “filhos da terra”, os patrícios, dadas as desconfianças suscitadas pela
sua lealdade política. A favor dos cipaios salientou a experiência militar adquirida nos combates nos matos, com armas de fogo e rodelas, apropria-das para acometer os inimigos na África Oriental. Prevenindo a possibilida-de de estes soldados, maioritariamente hindus e muçulmanos, difundirem a sua religião entre a população africana, o tenente-general advogava que fossem escolhidos apenas entre os católicos. Os duzentos cipaios, forma-dos em quatro companhias, cada uma com dois oficiais, distribuir-se-iam por Sofala, Inhambane, Sena e Mossuril10.
Este projecto propendia, assim, para resolução num quadro regio-nal do problema da escassez de soldados no reino e da sua, agora, sugeridaineficácia nas guerras de África. Durante os séculos anteriores, o alistamen-to de indivíduos de Goa, luso-indianos ou canarins católicos11, para servi-rem em Moçambique fora comum, atento não só o facto de esta colónia integrar o Estado da Índia, como também o constante fluxo de mercadoriase de gente entre as duas margens do Índico.http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/historia/article/viewFile/7945/5594

Os sipaios nos territórios ultramarinos portugueses
Portugal manteve forças de sipaios no seu Estado Português da Índia e, mais tarde, em outros dos seus territórios ultramarinos.
Das presenças fora da Índia, o maior contingente de sipaios foi estabelecido em Moçambique, passando o termo a designar nos anos vindouros, sob dominação portuguesa, uma força militar, mais vocacionada para o policiamento local e rural, que era comandada por um oficial europeu. As forças de sipais estiveram envolvidas na Guerra do Ultramar, incluindo no Massacre de Mueda[2].

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